SIGNIFICADOS DE UM PROJETO EXTRACLASSE PARA ADOLESCENTES/JOVENS PRIVADOS DE LIBERDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/268346.6.14-3

Palavras-chave:

Socioeducativo, Projeto Extraclasse, Adolescentes/Jovens

Resumo

O proposito deste artigo é relatar a experiência de um projeto extraclasse denominado História e Memoria do Holocausto desenvolvido com 15 adolescentes/jovens privados de liberdade e 26 funcionários de uma unidade mineira e analisar o significado de participar do mesmo. Deste total, através do Google Forms, seis internos e 20 funcionários responderam as seguintes questões: 1. Para você, o que significou participar deste projeto? 2. Durante sua participação no projeto, quais pontos foram mais significativos? e 3. Durante sua participação no projeto, quais pontos foram menos significativos? Os resultados mostraram que para os internos a aquisição de conhecimento, aliada a percepção de sofrimento e preconceito sobre eles e as vítimas e a valorização da vida foram significativos e que os pontos mais relevantes foram a releitura das obras e as pesquisas. Sugeriram desenvolver a temática em foram de história em quadrinhos e peça de teatro. Os funcionários destacaram que o protagonismo dos adolescentes/jovens, o conhecimento adquirido e a empatia pelas vítimas foram significativos. Salientaram que a participação dos internos nas exposições foi o ponto forte do projeto e que há necessidade de maior tempo para o desenvolvimento de projetos desta natureza e apoio mais efetivo de diferentes instancias. As ações desenvolvidas possibilitaram demonstrar não apenas para o público externo que observou as obras nas exposições a capacidade dos adolescentes/jovens, mas a relevância de projetos como medida socioeducativa dos que estão em privação de liberdade.

 

Biografia do Autor

Ícaro Uriel Brito França, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Doutorando e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Especialista em Educação no Ensino Médio, Técnico e Superior. Especialista em Ciência das Religiões. Licenciado em Pedagogia e Licenciado em História, Licenciado em Letras Português-Inglês. Bacharel em Direito. Currículo Lattes nº 1168228380446250. E-Mail: uriel.icaro@gmail.com. ORCID – https://orcid.org/0000-0001-7013-0968

Regina Maria Rovigati Simões, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Regina Maria Rovigati Simões

Doutora em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Docente dos Programas de Pós-Graduação em Educação Física e em Educação da Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM). Currículo Lattes nº 7770158896621784. E-Mail: ppge@uftm.edu.br. ORCID – https://orcid.org/0000-0002-3135-9425

Referências

AMORIM, Ana Verena R.; AMORIM, Alyne E. R.; LEAL, Débora A. A Educação Especial na perspectiva inclusiva: apontamentos dos adolescentes com deficiência e privados de liberdade na Casa de Atendimento Socioeducativo em Feira de Santana-BA. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 7, p. 52363-52377, 2020. Disponível em: https://brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/14048. Acesso em: 24 de Abr. 2021.

BARBOSA, Ana M. Ensino da arte: memória e história. São Paulo: Perspectiva, 2011.

BARBOSA, Maria Carmem S.; HORN, Maria Graças S. Organização do espaço e do tempo na escola infantil. In: CRAIDY, Maria; KAERCHER, Gladis E. P. S. Educação infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

BISINOTO, Cynthia et al. Socioeducação: origem, significado e implicações para o atendimento socioeducativo. Psicologia em Estudo, v. 20, n. 4, p.575-585, 2015. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-786957. Acesso em: 24 de Abr. 2021.

BRASIL. Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Relatório Anual do SINASE 2017. Brasília, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/LevantamentoAnualdoSINASE2017.pdf. Acesso em: 02 ago.2020.

BRASIL. Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012. Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12594.htm. Acesso em: 26 nov. 2019.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras providências. Diário Oficial: República Federativa do Brasil: seção 1, Brasília, DF, ano 128, n. 135, p. 13564-13577. 1990.

CALIXTO, Carmem F. F. M. A Arte-Educação como espaço para inclusão social. VI Colóquio Internacional: “Educação e Contemporaneidade”, 2012. Disponível em: http://educonse.com.br/2012/eixo_11/PDF/22.pdf. Acesso em: 21 de mar. 2021.

CARVALHO, Maria do Carmo; AZEVEDO, Maria José. Ações complementares à escola no âmbito das políticas públicas. [S. l.: s.n.], 2004. Inédito.

COSCIONI, Vinicius et al. Projetos de vida de adolescentes em medida socioeducativa de internação. Ciência Psicológica. v. 12, n.1, p.109-120, 2018. Disponível em: https://www.redalyc.org/jatsRepo/4595/459555547012/html/index.html. Acesso em: 24 de Abr. 2021.

COSTA, Bruno L. D.; BRONZO, Carla; MENICUCCI, Clarissa G. Determinantes institucionais da implementação das medidas socioeducativas. In: XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, 2009, Rio de Janeiro. Anais do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, 2009. Disponível em: http://starline.dnsalias.com:8080/sbs/arquivos/30_6_2009_17_46_29.pdf. Acesso em: 04 de Abr. 2021.

COSTA, Jéssica E. M.; BRASIL, Kátia T.; GANEM, Valerie. O desafio do trabalho com adolescentes em conflito com a lei: intervenção em psicodinâmica do trabalho. Revista Psicologia em Estudo, v. 22, n. 2, p. 165-173, 2017.Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/PsicolEstud/article/view/31869/pdf. Acesso em: 20 de Jan. 2022.

DOMINGOS, Rosangela S. Pensando e praticando o esporte na medida socioeducativa: orientações para profissionais de educação física. 2014. 152 f. Dissertação (Mestrado Profissional Adolescente em Conflito com a Lei). Universidade Anhanguera de São Paulo, São Paulo, 2014.

FÁVERO, Eunice T.; PINI, Francisca R. O.; SILVA, Maria L. O. ECA e a proteção integral de crianças e adolescentes. São Paulo, SP: Cortez Editora, 2020.

GONÇALVES, Anna B. V.; CORREIA, Victoria R. U.; GALVÃO, Lilian K. S. Empatia por adolescentes em conflito com a lei: Pesquisa-Intervenção realizada com estudantes universitários. In: VII Congresso Nacional de Educação, 2020, Evento Online. Anais CONEDU. Campina Grande: Realize Eventos Científicos & Editora, 2020. v. VII. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2020/TRABALHO_EV140_MD1_SA11_ID3738_22082020170525.pdf. Acesso em: 03 de Abr. 2020.

HUYSSEN, Andreas. Usos tradicionais do discurso sobre o Holocausto e o colonialismo In: HUYSSEN, Andreas. (Org.). Culturas do passado-presente. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.

LUCKESI, Cipriano C. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? In: LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 19. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

MARCILIO, Fabiane C. P. et al. Protagonismo juvenil no contexto da medida socioeducativa: um relato de experiência. Rev. SPAGESP, v. 20, n. 1, p. 69-81, 2019. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167729702019000100006&lng=pt&nrm=iso. Acessos em: 03 de Abr. 2021.

MELO, Guiomar N. Aprendizagem significativa: saberes que ficam no coração. Revista Nova Escola. (Novembro) São Paulo: Fundação Victor Civita, 2004.

MOREIRA, Wagner W.; SIMÕES, Regina; PORTO, Eline. Análise de conteúdo: técnica de elaboração e análise de unidades de significado. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 13, n. 4, p. 107-114, 2005.

OLIGURSKI, Eliana M.; PACHANE, Graziela G. A possibilidade de incorporar a pesquisa na prática cotidiana do professor do ensino fundamental. Revista Ver a Educação, v. 26, n.2, p. 249-275, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/edur/v26n2/a12v26n2.pdf. Acesso em: 24 de Abr. 2021.

OLIVEIRA, Ueliton P. et al. Esporte e lazer no plano individual de atendimento de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação. Revista Movimento, v. 26, e26054, p. 1-21, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/mov/v26/1982-8918-mov-26-e26054.pdf. Acesso em: 24 de Abr. 2021.

OLIVEIRA, Rosane M. História: A necessidade de repensar o ensino de história no âmbito educacional e social. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 05. Ano 02, v. 1, p. 408-433, 2017. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/historia/ambito-educacional-e-social. Acesso em: 24 de Abr. 2021.

ONOFRE, Elenice M. C. Políticas de formação de educadores para os espaços de restrição e de privação de liberdade. Revista Eletrônica de Educação, v. 7, p. 137- 158, 2013.

PAES, Paulo C. D. Arte na educação de adolescentes autores de atos infracionais. Brasilian Journal Developmente, v. 5, n. 11, p. 27613-27622, 2019. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/4994/4590. Acesso em: 24 de Abr. 2021.

SALVADOR, Tiago. O Teatro e as aulas de História: Possibilidades de efetivação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 na Educação Básica. XVII Encontro Estadual de História – ANPUH-PB. v. 17, n. 1, 2016. Disponível em: http://www.ufpb.br/evento/index.php/xviieeh/xviieeh/paper/viewFile/3391/2742. Acesso em: 21 de Mar. 2021.

SANTOS NETO, Elydio; SILVA, Marta R. Histórias em quadrinhos e práticas educativas. vol. 2: os gibis estão na escola, e agora. São Paulo: Criativo, 2015.

SIMAN, Lana M. C.; COELHO, Araci R. O papel da mediação na construção de conceitos históricos. Educação e Realidade, v. 40, n. 2, p. 591-612, 2015. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/46116. Acesso em: 20 de Jan. 2022.

SOUSA, Gutembergue Santos de et al. O adolescente e a institucionalização: compreensão do fenômeno e significados atribuídos. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 71, supl. 3, p. 1373-1380, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/reben/v71s3/pt_0034-7167-reben-71-s3-1373.pdf. Acesso em: 24 de Abr. 2021.

SUASE [Subsecretaria de Atendimento as Medidas Socioeducativas]. Fascículo 5: Metodologia de Atendimento da Medida Socioeducativa de Internação. Belo Horizonte, 2013.

TABILE, Ariete F.; JACOMETO, Marisa C. D. Fatores influenciadores no processo de aprendizagem: um estudo de caso. Rev. psicopedag., v. 34, n. 103, p. 75-86, 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v34n103/08.pdfAcesso em: 14 de Abr. 2021.

VARELA, Gabriela; ALVES, Priscila S.; ALMEIDA, Débora A. Proposta de ressocialização de crianças e adolescentes infratores na região da 11ª SDR-Curitibanos. Revista Extensão em Foco, v.3, n.1, p. 20-30, 2015. Disponível em: https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/extensao/article/view/778/348. Acesso em: 04 de Abr. 2021.

VOLPI, Mario. Sem liberdade, sem direitos: a privação de liberdade na percepção do adolescente. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

VOLPI, Mario. O adolescente e o ato infracional. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

Downloads

Publicado

2022-08-30

Como Citar

FRANÇA, Ícaro U. B. .; SIMÕES, R. M. R.; RIBEIRO, A. M. SIGNIFICADOS DE UM PROJETO EXTRACLASSE PARA ADOLESCENTES/JOVENS PRIVADOS DE LIBERDADE. Communitas, [S. l.], v. 6, n. 14, p. 31–47, 2022. DOI: 10.29327/268346.6.14-3. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/6075. Acesso em: 1 maio. 2024.