Este artigo traz ao diálogo narrativas de alunos/as de escolas públicas gonçalenses, dos ensinos fundamental e médio, que participaram de oficinas pedagógicas realizadas pela pesquisa “Compartilhando Experiências Pedagógicas – a Investigação-formação como possibilidade para a implementação da lei federal 10.639/03 em escolas públicas gonçalenses”, entre os anos 2016 e 2017. Tais narrativas revelam o quanto os/as jovens negros/as compreendem o lugar social que ocupam e a realidade racista da sociedade brasileira, explicitada em suas realidades de vida e em seus processos de escolarização. Aliando também as dimensões de ensino e extensão, a pesquisa tem como metodologia a investigação-formação (JOSSO, 2005). O procedimento metodológico preferencial foi a realização de encontros pedagógicos, na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – FFP/Uerj, ou em escolas da rede pública de ensino de São Gonçalo – RJ. Referenciados pela tradição oral africana (BÂ, 1982; 2003) e pelos valores civilizatórios afro-brasileiros (TRINDADE, 2005), consolidamos espaços narrativos em que a experiência se evidencia como potencial e potencializadora na formação docente e discente, propiciando uma maior autonomia na busca por caminhos para a superação do racismo nos cotidianos escolares. Entrelaçando narrativas de jovens estudantes negros/as, dialogamos com alguns autores que nos ajudam a compreender a realidade racista, bem como a busca por sua superação, uma vez que ela impede a superação do “cativeiro social” contemporâneo.