Skip to main navigation menu Skip to main content Skip to site footer

On the agenda

Vol. 5 No. 11 (2021): Esperançar a EJA

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E O SENTIDO QUE HABITA A EXPRESSÃO “FIQUE EM CASA!”: a (in)visibilidade das pessoas em situação de rua

Submitted
July 29, 2021
Published
2021-09-29

Abstract

Este trabalho reflete sobre o sentido que habita a expressão “fique em casa!”, no atual contexto pandêmico discutindo, inclusive, a condição de (in)visibilidade sofrida pelas pessoas em situação. Consideramos os sujeitos aqui investigados como sujeitos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A EJA no seu sentido lato, que inclui a perspectiva da Educação ao longo da vida, não diz respeito à EJA apenas como uma modalidade escolar. Ao contrário, ela leva em consideração a educação como um direito. Nossa pesquisa coloca em relevo esses sujeitos - barrados em sua trajetória escolar ou com passagens intermitentes pela escola. Nesses diálogos trazemos Certeau (2009) e Santos (2010) que nos ajudam a compreender a condição de (in)visibilidade sofrida pelos sujeitos que sempre estiveram do “outro lado da linha”. O surgimento do tema se deu ao rememorar as vozes desses sujeitos, que de certo modo, são silenciadas. E isso reflete na expressão que habita “fique em casa!”. Qual o sentido que a expressão “fique em casa!” tem/faz para quem está na rua?  Quais são as condições de produção desse discurso? Para quem ele se dirige? Quando são colocadas em abrigos é para protegê-las ou proteger as pessoas que “têm casas”? São tantas perguntas que aí se desdobram que nos fazem pensar nessas pessoas que estão em situação de rua, e que não podem ter seus direitos apagados. A partir das reflexões, percebe-se que a expressão ratifica a (in)visibilidade dessas pessoas.

References

  1. BAKHITIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martin Fontes, 1997.
  2. BARTHES, Roland. A Câmara Clara: notas sobre fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
  3. BENJAMIN, Walter . Obras escolhidas III: Charles Baudelaire um lírico no auge do capitalismo. 3a. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
  4. CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2009a.
  5. CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes, 2009b.
  6. CIAVATTA, Maria. O mundo do trabalho em imagens: a fotografia como fonte histórica (Rio de Janeiro, 1900-1930). Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
  7. LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-28, 2002.
  8. SAMAIN, Etienne. “Ver” e “Dizer” na tradição etnográfica: Bronislaw Malinowski e a fotografia. Horizontes Antropológico, n. 2, p. 23-60, 1995.
  9. SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez Editora, 2008.
  10. SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2004.
  11. SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de Sousa & MENESES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010a.