DIVERSIDADE NA EJA
dos contextos de itinerância aos contextos de potência de ação
DOI:
https://doi.org/10.29327/268346.9.21-12Palavras-chave:
EJA, Diversidade, Dor e sofrimento ético-políticoResumo
Este trabalho é resultante do projeto de pesquisa Diversidade, diferença e justiça social na produção de currículos da EJA, partindo do pressuposto de que a EJA acolhe uma diversidade de sujeitos, práticas e grupos que têm sido excluídos de processos sociais e culturais. A esse respeito, estabelecemos como objetivo, compreender as maneiras pelas quais os estudantes da EJA vivenciam os tensionamentos provocados pelas diferenças que constituem a diversidade, refletindo a respeito de situações, práticas, expressões que revelam dor e sofrimento ético-político (Sawaia, 2014) enquanto características da diversidade desses sujeitos. Assumimos a abordagem das pesquisas com os cotidianos (Alves, 2008), utilizando os movimentos metodológicos, rodas de conversa (Ribeiro; Souza; Sampaio, 2018), conversar liberador (Maturana; Dávila, 2009) e escuta sensível (Barbier, 1998). As investigações e reflexões revelaram conflitos e desdobramentos provocados pela negação do direito à educação; tensionamentos vivenciados por quem tem a vida atravessada por exclusões sociais, familiares e culturais. Além dessas questões, desvelam-se potências de ações emancipatórias enquanto articuladoras de resistências e enfrentamentos às situações de padecimento e a percepção da escola de EJA enquanto possibilitadora de transformações almejadas, quando da oferta e garantia do direito anteriormente negado.
Downloads
Referências
ALVES, Miriam Fábia; GONZALEZ-MONTEAGUDO, José. “Eu já falei que tenho algo a dizer, e disse...”: as rodas de conversa na pesquisa com jovens-potencialidades e limites para o fazer da pesquisa. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de; PEIXOTO, Leonardo Ferreira; SÜSSEKIND, Maria Luiza (orgs.). Estudos do cotidiano, currículo e formação docente: questões metodológicas, políticas e epistemológicas. Curitiba: CRV, 2019. p. 155-166.
ALVES, Nilda. Decifrando o pergaminho: os cotidianos das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de; ALVES, Nilda (orgs.). Pesquisas nos/dos/com os cotidianos das escolas: sobre redes de saberes. Petrópolis: DP&A, 2008. p. 133-151.
ALVES, Nilda. A experiência da diversidade no cotidiano e suas consequências na formação de professores. In: FILHO, Aldo Victorio e MONTEIRO, Solange Castelhano Fernandes (orgs.). Cultura e conhecimento de professores. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 13-29.
ANDRADE, Nívea; CALDAS, Alessandra Nunes; ALVES, Nilda. Os movimentos necessários às pesquisas com os cotidianos – após muitas ‘conversas’ acerca deles. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa; PEIXOTO, Leonardo Ferreira; SUSSEKIND, Maria Luiza (orgs.). Estudos do cotidiano, currículo e formação docente: questões metodológicas, políticas e epistemológicas. Curitiba: CRV, 2019, p. 19-45.
AZEVÊDO, Alessando Augusto de. Jovens e adultos do campo: educação, passado e futuro. Revista Educação em Questão, Natal, v. 47, n. 33, p. 207-233, set./dez., 2013.
BARBIER, René. A escuta sensível na abordagem transversal. In: BARBOSA, Joaquim Gonçalves (coord.). Multirreferencialidade nas ciências e na educação. São Carlos: EdUFSCar, 1998, p. 168-199.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CEB/CNE n.º 11/2000. Diretrizes Curriculares pata a Educação de Jovens e Adultos. Brasília: MEC, 2000.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 17. ed. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 2011.
COSTA, Sandy Lima; OLIVEIRA, Wenderson Silva; FARIAS, Isabel Maria Sabino de. Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Teoria e Prática da Educação, Maringá, v. 24, n. 3, p. 221-225, set./dez., 2021.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
JARDILINO, José Rubens Lima; ARAÚJO, Regina Magna Bonifácio de. Educação de jovens e adultos: sujeitos, saberes e práticas. São Paulo: Cortez, 2014.
MATURANA, Humberto; DÁVILA, Ximena Yáñez. Habitar humano: em seis ensaios de biologia-cultural. 2. ed. São Paulo: Palas Athena, 2009.
MIURA, Paula Orchiucci; SAWAIA, Bader Burihan. Tornar-se catador: sofrimento ético-político e potência de ação. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 25 (2), p. 331-341, 2013.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA. Educar, Editora UFPR, Curitiba, n. 29, p. 83-100, 2007.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Contribuições de Boaventura de Sousa Santos para a reflexão curricular: princípios emancipatórios e currículos pensadospraticados. Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 1-22, ago., 2012.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de; PAIVA, Jane; PASSOS, Mailsa Carla Pinto. Currículo em EJA: práticas culturais, direito de aprender por toda vida e ecologia de saberes. Revista Educação em Questão, Natal, v. 54, n. 42, p. 113-134, set./dez., 2016.
RIBEIRO, Tiago; SOUZA, Rafael de; SAMPAIO, Carmen Sanches. É possível a conversa como metodologia de pesquisa? In: RIBEIRO, Tiago; SOUZA, Rafael de; SAMPAIO, Carmem Sanches (orgs.). Conversa como metodologia de pesquisa por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018, p. 163-180.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
SANTOS, Boaventura de Souza; ARAÚJO, Sara; BAUMGARTEN, Maíra. As epistemologias do Sul num mundo fora do mapa. Sociologias, Porto Alegre, ano 18, n. 43, p. 1-22, set./dez., 2016.
SAWAIA, Bader. O sofrimento ético-político como categoria de análise da dialética exclusão/inclusão. In: SAWAIA, Bader (org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Communitas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, resguardando-se os direitos de primeira publicação para a Revista Communitas. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.