Este trabalho reflete sobre o sentido que habita a expressão “fique em casa!”, no atual contexto pandêmico discutindo, inclusive, a condição de (in)visibilidade sofrida pelas pessoas em situação. Consideramos os sujeitos aqui investigados como sujeitos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A EJA no seu sentido lato, que inclui a perspectiva da Educação ao longo da vida, não diz respeito à EJA apenas como uma modalidade escolar. Ao contrário, ela leva em consideração a educação como um direito. Nossa pesquisa coloca em relevo esses sujeitos - barrados em sua trajetória escolar ou com passagens intermitentes pela escola. Nesses diálogos trazemos Certeau (2009) e Santos (2010) que nos ajudam a compreender a condição de (in)visibilidade sofrida pelos sujeitos que sempre estiveram do “outro lado da linha”. O surgimento do tema se deu ao rememorar as vozes desses sujeitos, que de certo modo, são silenciadas. E isso reflete na expressão que habita “fique em casa!”. Qual o sentido que a expressão “fique em casa!” tem/faz para quem está na rua? Quais são as condições de produção desse discurso? Para quem ele se dirige? Quando são colocadas em abrigos é para protegê-las ou proteger as pessoas que “têm casas”? São tantas perguntas que aí se desdobram que nos fazem pensar nessas pessoas que estão em situação de rua, e que não podem ter seus direitos apagados. A partir das reflexões, percebe-se que a expressão ratifica a (in)visibilidade dessas pessoas.