Pesquisadora argentina. Professora no Programa de Pós-graduação "Formação de Professores para o Ensino Médio, Formação Profissional e Ensino de Línguas" na Universidad Internacional de La Rioja, UNIR, Espanha. Linha: Tecnologia e Informática. Doutora em Educação pelo ProPed/UERJ. Membro do Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura, GPDOC/UFRRJ. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Especialista em Educação e Novas Tecnologias pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais -FLACSO- (Argentina) e Bacharel em Ciências da Educação pela Universidad Nacional de La Plata UNLP- (Argentina).
O presente artigo pretende explorar o conceito de hiperficção a partir de duas narrativas analógicas apresentadas na metade do Século XX, especificamente O Jardim dos caminhos que se bifurcam, de Jorge Luis Borges (1941), e o Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar (1963), para desenvolver uma análise da narrativa digital de Bandersnatch, primeiro filme interativo elaborado pelos criadores do seriado Black Mirror, lançado em dezembro de 2018 na plataforma em streaming Netflix. Quando adentra o suporte digital, a hiperficção possui a caraterística marcante de possibilitar a interação mediada pelo hipertexto, em maior ou menor medida, permitindo o leitor/espectador/usuário de decidir sobre os rumos da história. A reflexão apresentada neste artigo pretende, portanto, entender esses novos caminhos narrativos da ficção na era da hipermídia, conceituada como hiperficção – um fenômeno contemporâneo que apaga as fronteiras demarcadas entre literatura, filmes, games e hipertextos.
Citas
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