HÁ ESPAÇO PARA AS INFÂNCIAS DAS CLASSES POPULARES NO COTIDIANO DA CRECHE?
O que nos contam as professoras?
DOI:
https://doi.org/10.29327.268346.9.22-18Palavras-chave:
Práticas Pedagógicas. Creches. Professoras. Infâncias.Resumo
O presente estudo tem como objetivo geral investigar e problematizar a compreensão das professoras que atuam em uma creche municipal, no sul do estado do Rio de Janeiro, quanto ao trabalho pedagógico que desenvolvem no contexto da sala de aula. Com isso, para a produção dos dados, buscou-se uma pesquisa numa perspectiva qualitativa, foram utilizadas entrevistas coletivas com as professoras que atuam na creche participante da pesquisa. Os dados produzidos possibilitaram compreender como o trabalho pedagógico na creche é entendido e praticado, evidenciando as tensões e as possibilidades enfrentadas nas relações entre adultos e crianças, considerando a categoria do planejamento e da prática vivida cotidianamente. Apesar de os documentos anunciarem a criança enquanto sujeito de direitos e de saberes, as práticas pedagógicas enunciadas pelas professoras, evidenciam as marcas do adultocentrismo e das concepções que perpassam o cotidiano da creche. Além disso, o planejamento se constitui como um documento burocrático e utilizado apenas como comprovação do que se foi trabalhado, sem a participação das crianças e com a marca de práticas escolarizantes e transmissivas.
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