O presente texto tece reflexões e ponderações acerca da educação de surdos, ensaiando a proposição de um “ensurdecimento” da pedagogia e das práticas pedagógicas com estudantes surdos que têm a ver com a afirmação de um próprio da experiência de ser surdo e de assim estar e habitar o mundo. Nesse movimento, o ensaio partilha duas cenas vividas no cotidiano escolar e, nessa direção, convida a (re)pensar a educação das pessoas surdas e suas práticas a partir da ideia de surdidade, interculturalidade e diferenças. Finalmente, defende a urgente necessidade de descolar a pedagogia do ouvido, no sentido de enxergar, reconhecer, legitimar e aprender com produções/ criações/ provocações que os próprios surdos nos fazem com suas vivências, trajetórias, biografias e saberes.