Pós-Doutorando em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (UFRRJ); Pós-Doutorando em Química pelo IQSC-USP; Doutor em Ensino de Ciências e Matemática, com ênfase em Educação Especial e Inclusiva, Mestre em Engenharia e Ciências dos Materiais (MACKENZIE); Especialista em Ensino de Química, Atendimento Educacional Especializado e Salas de Recursos Multifuncionais e Educação Especial e Inclusiva. Licenciado em Química e Pedagogia, Vasta experiência no Ensino de Ciências, Química, Pedagogia e Educação Especial; Membro do Grupo de Pesquisa - Observatório de Educação Especial e Inclusão Educacional (ObEE/UFRRJ).
O estudo discute o tema “Atendimento Educacional Especializado para Alunos com Deficiência Visual”. Nessa perspectiva, foi abordado os seguintes conteúdos: baixa visão, cegueira e o processo de aprendizagem desses indivíduos. O objetivo desta pesquisa é analisar as literaturas existentes e as políticas públicas direcionadas ao tema, bem como fomentar a importância da qualificação dos educadores para a educação especial priorizando o desenvolvimento da criticidade no ambiente escolar. Como metodologia, utilizou-se a revisão de literatura, com consulta à base de dados: Periódicos Capes, Scielo e Google Acadêmico, a partir da busca dos seguintes descritores: deficiência visual, cegueira, atendimento educacional especializado e educação inclusiva. Os autores elegidos, tais como Sganzerla e Geller (2018), Cazzanelli e Klein (2021) subsidiaram a discussão acerca das possibilidades de aprendizagem do aluno com deficiência, que é visto como incluído por receber atendimento, mas que, mesmo no ambiente escolar, é alvo de práticas excludentes. Como resultado do estudo, percebeu-se que as aprendizagens dos alunos com DV dependem dos recursos e da tecnologia assistiva, mas fundamentalmente da intervenção qualificada do profissional que atua no AEE. Identificou-se a necessidade de estabelecer uma articulação com a sala de aula regular desses alunos e de construir uma proposta inclusiva capaz de envolver a todos. Em suma, diante dos desafios educacionais, das mudanças sociais e legais voltadas à inclusão social. Os alunos cegos e com baixa visão têm as mesmas potencialidades que os outros, pois a deficiência visual não limita a capacidade de aprender. As estratégias de aprendizagem, os procedimentos, os meios de acesso ao conhecimento e à informação, bem como os instrumentos de avaliação, devem ser adequados às condições visuais destes educandos.
Referências
ALVES, Shyrley Rique. Atendimento educacional especializado em deficiência visual: uma experiência de formação continuada no estado da Paraíba. 2019.
ABBAS, Abul K. et al. ROBBINS & COTRAN-Patologia Bases Patológicas das Doenças. Doenças do sistema immune, p. 183-157, 2010.
BRASIL; MEC. Decreto nº 7611, de 17 de novembro de 2011. 2011.
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020. Institui a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida. Diário Oficial da União: Seção 1, Edição 189, p. 6. Brasília, 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.502-de-30-de-setembro-de-2020- 280529948. Acesso em: 24 jan. 2022.
BRASIL. Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Brasília, DF: Ministério da Educação, 1988.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008. Brito, P. R., & Veitzman, S. (2000). Causas de cegueira e baixa visão em crianças. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 63, 49-54.
BRASIL; BRASIL. Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. 2009.
CAZZANELLI, Paola; KLEIN, Rejane Ramos. Aprendizagens dos alunos com deficiência visual e o atendimento educacional especializado-AEE. Benjamin Constant, v. 27, n. 62, p. 1-21 e276206, 2021.
COUTO JUNIOR, Abelardo; OLIVEIRA, Lucas Azeredo Gonçalves de. As principais causas de cegueira e baixa visão em escola para deficientes visuais. Revista Brasileira de Oftalmologia, v. 75, p. 26-29, 2016.
DA COSTA, José Aparecido; NERES, Celi Corrêa; CORRÊA, Nesdete Mesquita. O atendimento educacional especializado do estudante com deficiência visual: entre a mediação do sistema braille e as tecnologias computacionais. Educação e Fronteiras, v. 9, n. 25, p. 237-248, 2019.
DE NORONHA, Gilberto Cézar. Da forma à ação inclusiva: curso de formação de professores para atuar em salas de recursos multifuncionais. Paco Editorial, 2017.
DUNCAN, B. B.; SCHMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R. J. Condutas de atenção primária baseadas em evidências. Medicina Ambulatorial, v. 3, p. 1354-64, 2006.
FREIRES, Legy Pedro. O atendimento educacional especializado para estudantes com deficiência visual numa escola municipal de João Pessoa. 2020.
LAPLANE, Adriana Lia Friszman de; BATISTA, Cecília Guarneiri. Ver, não ver e aprender: a participação de crianças com baixa visão e cegueira na escola. Cadernos Cedes, v. 28, n. 75, p. 209-227, 2008.
MELLO, Humberto de; MACHADO, Sídio. A formação histórica da educação para cegos no Brasil: uma análise contextualizada das leis do Império à República. Anais do Seminário Luso-Brasileiro de Educação Inclusiva: o ensino e a aprendizagem em discussão, Porto Alegre, RS, Brasil, (1), 2017.
PEREIRA, Fábio Alexandre et al. O cálculo e a simbologia matemática em braille: uma análise comparativa entre o livro didático e o código matemático unificado. 2020.
QUADROS, Giovanna Conrado et al. Salas de recursos multifuncionais e ensino de ciências: inclusão para quem? Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 5, p. 25038-25049, 2020.
SÁ, ED De; CAMPOS, IM De; SILVA, MBC Atendimento educacional especializado. Deficiência Visual. São Paulo: MEC/SEESP, 2007.
SILVA, Rafael Soares; DA SILVA, Izabel Rodrigues; SCHÜTZ, Jenerton Arlan. As contribuições do AEE para o desenvolvimento das crianças com dificuldades de aprendizagem. Revista Missioneira, v. 23, n. 2, p. 23-38, 2021.
SILVA, Rafael Soares; COSTA AMARAL, Carmem Lúcia. As contribuições da defectologia e da teoria histórico-cultural no Ensino de Química para o deficiente visual: Um estado da arte em teses e dissertações (2000-2019). Communitas, v. 5, n. 9, p. 346-364, 2021.
SILVA, Rafael Soares; AMARAL, Carmem Lúcia Costa. Percepção de professores de química face à educação de alunos com deficiência visual: dificuldades e desafios. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, v. 7, n. 1, p. 108-129, 2020.
SGANZERLA, Maria Adelina Raupp; GELLER, Marlise. Tecnologias Assistivas e Educação Matemática: um estudo envolvendo alunos com deficiência visual no AEE. Acta Scientiae, v. 20, n. 1, 2018.
SOUSA, Ana Cleia da Luz Lacerda; SOUSA, Ivaldo Silva. A inclusão de alunos com deficiência visual no âmbito escolar. Estação Científica (UNIFAP), v. 6, n. 3, p. 41-50, 2017.
VYGOTSKY, L.S. Obras escogidas: Fundamentos de Defectología. Tomo V, Visor, Madrid, 1997.