Currículo e culturas subalternizadas em alguns países da América Latina
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.8.2-4Palavras-chave:
Currículo. Interculturalidade. Territorialidade. Multiculturalidade.Resumo
Esse artigo tem por objetivo refletir sobre as relações entre currículo e as culturas subalternizadas, perpassando pelas discussões que contribuem com essa relação, como aquelas relacionadas com o debate em torno dos conceitos de interculturalidade, territorialidade e multiculturalidade a partir de autores que pensam a Bolívia, Chile, Peru, Venezuela, México e Brasil, tendo como base o próprio Sul. Utilizando como metodologia a pesquisa bibliográfica, colocam-se em discussão, os conceitos de periferia e de centro, descontruindo-os por meio da compreensão de margem, tendo em Moita Lopes (2008; 2013), Mignolo (2003), Freire (2015), Walsh (2013), Vich (2005), Molina (2008), Candau (2003; 2010; 2012), González (2007), Silva (2005), Veiga-Neto (2002; 2014), Foucault (1992), Larrosa (2016), Santos (1995; 2014; 2016) e Protzel (2015), as principais bases teóricas. Esse ensaio possibilita compreender que a posição da fronteira é a do trânsito, incluindo o trânsito epistemológico e assim sendo, pretende-se, afrontar o fundamentalismo e o essencialismo presentes na modernidade tardia e dessa forma, observar/indicar esses aspectos no campo das práticas curriculares.
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