A prática pedagógica se constitui como uma das atividades reflexivas do trabalho do professor realizado no espaço-tempo aula. Como ação intencionalmente planejada, representa um locus para a construção de saberes de forma colaborativa, que proporciona condições para que o professor estimule a aprendizagem do estudante. Nesse sentido, este artigo, recorte da pesquisa intitulada “Tecnologias, Letramentos e Formação: itinerâncias e trânsitos na cultura digital”, tem como objetivo refletir sobre a arquitetura da aula de Língua Portuguesa durante a realização do Ensino Remoto Emergencial (ERE), de maio de 2020 a setembro de 2021. Apresenta como participantes 36 professores que lecionaram o componente Língua Portuguesa nos Anos Finais do Ensino Fundamental nesse período e atuaram tanto na esfera estadual quanto municipal na cidade de Feira de Santana. Metodologicamente, a pesquisa apresenta base qualitativa e a análise de conteúdo relacional como método para interpretação das informações. Elegemos como dispositivos o questionário on-line, contendo 11 questões de abordagem mista, disponibilizado pela plataforma Google Forms, e o software para pesquisas qualitativas Nvivo. O estudo revelou desafios vivenciados pelos professores na realização das aulas síncronas, mas também evidenciou as aprendizagens docentes para o desenvolvimento da prática pedagógica no contexto da cultura digital, a partir da valorização da interação entre professor e estudante, da inclusão de interfaces digitais de forma comunicativa na prática de ensino e a importância de movimentos formativos que valorizem a experiência e a realidade vivenciada pelo professor