O PENSAMENTO INTELECTUAL INDÍGENA NO CIBERESPAÇO:

uma mirada decolonial e extensão de suas memórias

Autores

Palavras-chave:

Palav pensamento decolonial; indígena; ciberespaço; memórias.

Resumo

Compreender o pensamento intelectual indígena no ciberespaço, especificamente no caso do Brasil, permite trazer à tona o pensamento decolonial (de maneira concreta), um conceito de grande valia para entendermos o nosso lugar enquanto produtores de conhecimento, e evidenciar que o termo memória[s] é um elemento chave na construção desse pensamento cosmopolítico, tanto no território físico quanto no território digital. O trabalho também se baseia em dois exemplos específicos, nesse olhar para o ciberespaço, por um lado, o canal disponível na plataforma YouTube “TV Daniel Munduruku” e de outro, a web rádio “Yandê”. A metodologia é de abordagem qualitativa e baseia-se na pesquisa bibliográfica de caráter descritivo e crítico sobre a literatura indígena brasileira. Além disso, apresenta-se como suporte a netnografia e a Semiótica da Cultura para a análise das narrativas digitais já mencionadas. Desse modo, o artigo fornece uma visão do pensamento intelectual indígena no ciberespaço de maneira crítica e reflexiva

 

Referências

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, v.1, n. 11, p. 89-117, 2013.

CÔRREA, Cynthia Harumy Watanabe. Comunidades virtuais gerando identidades na sociedade em rede. C-Legenda-Revista do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual. n.13, 2004.

DIAS, Cristiane Pereira. Sujeito, sociedade e tecnologia: a discursividade da rede (de sentidos). São Paulo: Hucitec, 2012.

DUSSEL, Enrique. Europa, modernidade e eurocentrismo. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clascso, 2005. Cap. 3. p. 24-32

EXISTE índio fake. Direção de Daniel Munduruku. Lorena: Canal Daniel Munduruku, 2019. Son., color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=udeXh0T2qXI. Acesso em: 13 abr. 2021.

FRAGOSO, Suely; RECUERO, Raquel e AMARAL, Adriana. Métodos de pesquisa para internet. Porto Alegre: Sulina, 2011.

GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. CINTRÃO, Heloisa Pezza, LESSA, Ana. (Trads.) São Paulo: Editora Universidade São Paulo, 2003.

GROSFOGUEL, Ramón. La descolonización de la economía política y los estudios postcoloniales: Transmodernidad, pensamiento fronterizo y colonialidad global. Tradução de María Luisa Valencia. Tabula Rasa, v.1, n.4, p. 17-48, Bogotá - Colombia, 2006.

GRUSIN, Richard and BOLTER, Jay David. Remediation. Understanding new media. Cambridge; Londres: The MIT Press, 2000.

LEÃO, Lucia. Derivas: cartografias do ciberespaço. São Paulo: Annablume, 2004.

MACHADO, Irene. Escola de Semiótica. A experiência de Tártu-Moscou para o estudo da cultura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGEL, Ramón. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.

MINGNOLO, Walter. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. Buenos Aires: Clasco, 2005.

MIGNOLO, Walter. La opción de-colonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto y un caso. Revista Tabula Rasa, Bogotá, Colombia, v.1, n.8, p. 243-281, 2008a.

MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Tradução de Ângela Lopes Norte. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, Niterói, Rio de Janeiro, v.1, n.34, p. 287-324, 2008b.

MUNDURUKU, Daniel. O Banquete dos Deuses: conversa sobre a origem da cultura brasileira. São Paulo: Angra, 2000.

ORLANDI, Ana Paula. Rádio Yandê: cultura indígena para o mundo. CULTURA INDÍGENA PARA O MUNDO. 2017. Disponível em: https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/sup/fut/20914561.html#:~:text=No%20idioma%20tupi%2Dguarani%2C%20a,n%C3%B3s%E2%80%9D%20e%20%E2%80%9Cnosso%E2%80%9D. Acesso em: 13 abr. 2021.

PISSO CONCHA, Jennifer Paola. Capital simbólico del indígena Misak contemporáneo en la cibercultura. Estudios sobre las Culturas Contemporáneas Época III, Colima, México, v.26, n.51, p. 83-113, Jun/dez, 2020.

PISSO CONCHA, Jennifer Paola; WENDPAP NUNES DE SIQUEIRA, Aline. Práticas decoloniais do indígena Misak no ciberespaço. Revista Confluências Culturais, Joinville, Santa Catarina, v.9, n.1, p.209-223, abr., 2020.

POTIGUARA, Eliane. Metade cara, metade máscara. São Paulo: Global Editora, 2004.

QUÉAU, Philippe. Cibercultura e info-ética. In: MORIN (ORG.), Religação dos Saberes. Rio de Janeiro: Bertrand, 2001.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Souza; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do sul. Coimbra: Almeidina, 2009. Cap. 2. p. 73-118.

RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.

RICOEUR, Paul. Memória, a História, o Esquecimento. São Paulo: Unicamp, 2007.

THIÉL, Janice Cristine. Pele silenciosa, pele sonora: a construção da identidade indígena brasileira e norte-americana na literatura. Tese de Doutorado. Pós-Graduação em Letras. Curitiba: UFPR, 2006.

WALSH, Catherine. Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGEL, Ramón. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.

WALSH, Catherine. Interculturalidad crítica y pedagogía colonial: In-surgir, re-existir y re-vivir. In: P. Melgarejo (Comp). Educación Intercultural en América Latina: Memorias, horizontes históricos y disyuntivas políticas. México D.F.: Plaza y Valdés, p. 25-42, 2009.

PARA Crianças de Cataguases. Direção de Daniel Munduruku. Lorena: Canal Daniel Munduruku, 2011. Son., color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FKy5KkHhAbY. Acesso em: 20 maio 2019.

YANDÊ, Rádio. Comunicação e Etnomídia Indígena. 2013. Disponível em: https://radioyande.com/. Acesso em: 13 abr. 2021

Downloads

Publicado

2021-08-02

Como Citar

POLASTRINI, L.; PISSO CONCHA, J. P. .; SOUSA COSTA, P. S. O PENSAMENTO INTELECTUAL INDÍGENA NO CIBERESPAÇO: : uma mirada decolonial e extensão de suas memórias. Communitas, [S. l.], v. 5, n. 10, p. 43–54, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/4933. Acesso em: 16 abr. 2024.