Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Dossiê Temático

v. 7 n. 15 (2023): CULTURA MATERIAL NOS MÚLTIPLOS CONTEXTOS SOCIAIS

EM DEFESA DA ESCOLARIZAÇÃO DA INFÂNCIA:: Notas sobre a obrigatoriedade e o provimento material

DOI
https://doi.org/10.29327/268346.7.15-2
Enviado
novembro 29, 2022
Publicado
2023-11-06

Resumo

Este trabalho tem como objetivo apresentar aspectos de um projeto de escolarização em circulação nos anos finais do século XIX e iniciais do século XX em países do mundo ocidental - como Brasil, França, Portugal, entre outros -, destacando-se argumentos em defesa da escolarização da infância, de sua obrigatoriedade e do provimento material recomendado para a escola nele anunciada. Para fazê-lo elegemos como fonte principal o Diccionario Universal de Educação e Ensino, organizado por Émile Mathieu Campagne (França, 1872) e traduzido e ampliado para a língua portuguesa por Camillo Castello Branco (Portugal, 1873 e 1886). Neste investimento reconhecemos os dicionários de educação como impressos singulares que registram em seus verbetes a circulação de ideias e discursos sobre educação. Além de apresentarmos características gerais da obra, ajustamos as lentes para os verbetes que, ao nosso olhar, trazem elementos que ajudam a compreender uma espécie de base estruturante do ensino primário. O texto está organizado em duas seções: uma trata de definições que envolvem instrução e educação, a outra é dedicada à dimensão material apurada nos verbetes analisados. A produção deste trabalho reitera  quanto impressos como este auxiliaram na propagação de ideias pedagógicas e colaboraram, em certa medida, para os debates em torno da necessidade de se escolarizar a infância de forma compulsória, realçando a materialidade que deveria fazer parte desse projeto.

Referências

  1. ALCÂNTARA, Wiara Rosa Rios. Por uma história econômica da escola: a carteira escolar como vetor de relações (São Paulo, 1874-1914). 2014. Tese (Doutorado em Educação). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-01102014-103754/pt-br.php; Acesso em: 12 jan. 2022.
  2. BARRA, Valdeniza Lopes da. Da pedra ao pó: itinerário da lousa na escola pública paulista do século XIX. Goiânia: Gráfica UFG, 2016.
  3. BENCOSTTA, Marcus Levy Albino (Org.). Culturas Escolares, Saberes e Práticas Educativas: itinerários históricos. 1ª. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2007.
  4. BENCOSTTA, Marcus Levy Albino (org.). História da educação, arquitetura e espaço escolar. São Paulo: Cortez, 2005.
  5. DICCIONARIO Universal de Educação e Ensino. Paris: Typographie Lahure, 1872. 1211p.
  6. DICCIONARIO Universal de Educação e Ensino. Porto: Livraria Internacional de Ernesto Chardron. Braga: Livraria Internacional de Eugenio Chardron, 1873a. v. 1, 806p.
  7. DICCIONARIO Universal de Educação e Ensino. Porto: Livraria Internacional de Ernesto Chardron. Braga: Livraria Internacional de Eugenio Chardron, 1873b. v. 2, 798p.
  8. DICCIONARIO Universal de Educação e Ensino. Porto: Livraria Internacional de Ernesto Chardron - Casa Editora Lugan & Genelioux, sucessores, 1886a. v. 1, 1016p.
  9. DICCIONARIO Universal de Educação e Ensino. Porto: Livraria Internacional de Ernesto Chardron - Casa Editora Lugan & Genelioux, sucessores, 1886b. v. 2, 910p.
  10. DICCIONARIO Universal de Educação e Ensino. Porto: Livraria Internacional de Ernesto Chardron - Casa Editora Lugan & Genelioux, sucessores, 1886c. v. 3, 920p.
  11. DUBOIS, Patrick. Le Dictionnaire de F. Buisson et ses auteurs (1878-1887). Histoire de l’éducation, n. 85, 2000, p. 25-47. Disponível em: https://journals.openedition.org/histoire-education/1233 Acesso em: 25 jan. 2022.
  12. CASTRO, Cesar Augusto. Produção e circulação de livros no Brasil: dos Jesuítas (1550) aos militares (1970). BIBLI: R. eletrônica de Bibl. Ci. Inform., Florianópolis, n. 20, 2. semestre de 2005, p. 92 – 103. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2005v10n20p92/305 Acesso em: 27 out 2021.
  13. ELIAS, Norbert. O processo civilizador: formação do Estado e Civilização. Tradução de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. v.2.
  14. ERMEL, Tatiane de Freitas; BENCOSTTA, Marcus Levy Albino. Arquitetura escolar: diálogos entre o global, o nacional e o regional na história da educação. Revista História da Educação, v. 23, p. 1-6, 2019. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/asphe/issue/view/2982/showToc. Acesso em: 13 jan 2022.
  15. ESCOLANO BENITO, Agustín. Etnohistória e a cultura material da escola: a educação nas Exposições Universais. In: GASPAR DA SILVA, Vera Lucia; SOUZA, Gizele de; CASTRO, C. A. (orgs.). Cultura material em perspectiva histórica: escritas e possibilidades. Vitória: EDUFES, 2018. p. 93-118.
  16. GASPAR DA SILVA, Vera Lucia; SOUZA, Gizele de; CASTRO, Cesar Augusto. Revista Educação e Emancipação. Dossiê Temático “Produção e Circulação de Mobiliário Escolar”. v. 13, n. 3, set./dez. 2020. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/issue/view/655. Acesso em: 09 dez. 2021.
  17. GASPAR DA SILVA, Vera Lucia; SOUZA, Gizele de. Objetos de utilidade prática para o ensino elementar: museus pedagógicos e escolares em debate. In: GASPAR DA SILVA, Vera Lucia; SOUZA, Gizele de; CASTRO, Cesar Augusto (Orgs.). Cultura material escolar em perspectiva histórica: escritas e possibilidades. Vitória: EDUFES, 2018. p. 119-142.
  18. KUHLMANN JÚNIOR, Moysés. As grandes festas didáticas: a educação brasileira e as exposições internacionais (1862-1922). Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2001.
  19. MACHADO, Benedito Fialho. O expert da reestruturação do Ensino no Pará (1890). Revista de Matemática, Ensino e Cultura, ano 15, número 34, 2020, p. 9-29.
  20. MENESES, Ulpiano Bezerra. A Exposição Museológica e o conhecimento histórico. In: FIGUEIREDO, Betania Gonçalves. VIDAL, Diana Gonçalves (Orgs.). Museus: dos gabinetes de curiosidade à museologia moderna. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2005, p. 18-84.
  21. NÓVOA, António; SCHRIEWER, Jürgen. A difusão mundial da escola: Alunos, Professores, Currículo, Pedagogia. Lisboa: Educa, 2000.
  22. PARÁ. Direção Geral da Instrução Pública. Ensino Primário: regulamento escolar, programas, horário e instruções pedagógicas para as escolas públicas do Estado do Pará, 1890. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/219855. Acesso em: 01 dez. 2021.
  23. PETRY, Marilia Gabriela. Da recolha à exposição: a constituição de museus escolares em escolas públicas primárias de Santa Catarina (Brasil – 1911 a 1952). 2013. 222 f. Dissertação (Mestrado) – Centro de Ciências Humanas e da Educação, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: http://www.faed.udesc.br/arquivos/id_submenu/151/marilia_gabriela_petry.pdf. Acesso em: 14 jan 2022.
  24. PETRY, Marilia Gabriela; GASPAR DA SILVA, Vera Lucia. Museu escolar: sentido, propostas e projetos para a escola primária (séculos 19 e 20). Revista História da Educação, vol. 17, n. 41, 2013, p. 79-101. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/asphe/article/view/38773/pdf_5. Acesso em: 14 jan 2022.
  25. PORTUGAL. Direcção Geral de Instrucção Publica, 2 de maio de 1878. Disponível em: http://193.137.22.223/fotos/editor2/1878.pdf. Acesso em: 12 jan 2022.
  26. RUGONI DE SOUSA, Gustavo. A (re)invenção do mobiliário escolar: entre saberes pedagógicos, higienistas e econômicos (1851-1889). 2019. 266 f. Tese (Doutorado em Educação), Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000076/00007609.pdf. Acesso em: 13 jan. 2022.
  27. RUGONI DE SOUSA, Gustavo; KINCHESCKI, Ana Paula de Souza; GASPAR DA SILVA, Vera Lucia. A carteira escolar está “apta para o seu destino”? argumentos e exigências sobre o mobiliário escolar em Exposições Universais. Revista Educação e Emancipação. v. 13, n. 3. Dossiê Temático, p.45-69, set./dez. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2358-4319.v13n3p45-69. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/15666. Acesso em: 27 out. 2021.
  28. SOUZA, Rosa Fátima de. História da Cultura Material Escolar: Um balanço inicial. In: BENCOSTA, Marcus Levy Albino (Org.). Culturas escolares, saberes e práticas educativas: itinerários históricos. São Paulo: Cortez, 2007, p. 163-189.
  29. TEIXEIRA JÚNIOR, Oscar. Representações e apropriações docentes do método intuitivo na educação paulista da Primeira República (1890-1920). 2011. 283 f. Tese (Doutorado em Educação), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
  30. TREVISAN, Thabata Aline; PEREIRA, Bárbara Cortella. Leituras recomendadas para as Escolas Normais no Brasil e na França (século XIX): transferências culturais e de modelos pedagógicos. Patrimônio e Memória. São Paulo, Unesp, v. 9, n.1, p. 223-237, janeiro-junho, 2013.
  31. VALDEMARIN, Vera Teresa. Estudando as lições de coisas: análise dos fundamentos filosóficos do Método de Ensino Intuitivo. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. (Coleção educação contemporânea).
  32. VERÍSSIMO, José. Instrucções Pedagógicas. In: PARÁ. Direção Geral da Instrução Pública. Ensino Primário: regulamento escolar, programas, horário e instruções pedagógicas para as escolas públicas do Estado do Pará, p.31, 1890. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/219855.