MULHERES, MÃES E PROFESSORAS EM TEMPOS DE REDUÇÃO DE DANOS:

passado o enorme sufoco, ainda estamos aqui sendo sufocadas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/268346.9.21-19

Palavras-chave:

relações de Gênero, Maternidade, Docência

Resumo

A pandemia de COVID-19 nos levou a refletir sobre as redes de sociabilidades e os modos como nos comportamos em meio a letalidade. Considerando o cenário, este artigo interroga a interseccionalidade dos marcadores de gênero, estado civil, territorialidade, raça, maternidade e profissão de 5 professoras da rede pública e privada da Região Metropolitana do Rio de Janeiro frente ao retorno às escolas presenciais desde 2021. Para tanto, ancorada na perspectiva certeauniana, os dados que subsidiaram a produção deste artigo foram produzidos por meio de grupo de mensagens instantâneas no aplicativo WhatsApp, entre os anos de 2022 e 23. Por meio das narrativas das professoras, as reflexões descreveram que a pandemia aprofundou a tragédia socioeducacional vivida na cidade do Rio de Janeiro e apresentou uma fotografia brutal do sistema nefário que reitera as assimetrias de gênero nas relações afetivo-sexuais envolvendo a mulher, mãe e professora.

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Biografia do Autor

Luciane Tavares dos Santos, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF); Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Pará (UEPA); Especialista em Literatura Infantil e Juvenil, Bacharel e Licenciada em Letras Português-Literaturas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisadora vinculada ao Grupo de Pesquisa Políticas dos Corpos, Cotidianos e Currículos (POC's), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e ao Laboratório de Estudos e Aprontos Multimídia - relações étnicos-raciais na cultura digital (LEAM), UFF. Suas pesquisas na área da Educação estão sendo produzidas no campo de estudos do cotidiano e de gênero em uma perspectiva interseccional.

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Publicado

27.03.2025

Como Citar

TAVARES DOS SANTOS, Luciane; CAETANO, Marcio. MULHERES, MÃES E PROFESSORAS EM TEMPOS DE REDUÇÃO DE DANOS:: passado o enorme sufoco, ainda estamos aqui sendo sufocadas. Communitas, Rio Branco, v. 9, n. 21, p. e8391, 2025. DOI: 10.29327/268346.9.21-19. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/8391. Acesso em: 24 abr. 2025.

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