DEIXEMO-NOS GUIAR PELA BASE!:

A funcionalidade performática da BNCC e a produção de professores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/268346.6.13-16

Palavras-chave:

bncc, performatividade, produção de professores/as

Resumo

O objetivo do texto é apresentar a Base Nacional Comum Curricular como instrumento performático de governança influenciado pelos princípios de mercado. Aqui, ela é tomada como mecanismo de produção de professores/as. Assim questiona-se: de que forma a política da Base age produzindo docentes e orientando suas práticas? O argumento baseia-se no seu caráter performático; uma política de governança que tenta conduzir condutas para determinado fim: competência, responsabilidade e qualidade. Metodologicamente, opera-se com a noção de performatividade em Ball (2014) e governamentalidade em Foucault (2011). Os dados foram gerados a partir de narrativas de estudantes do curso de Pedagogia de uma instituição privada de Ensino Superior. Os resultados mostraram que os/as estudantes assumem a Base como única via para se tornarem competentes, melhores e eficientes. E assim ela os/as produz guiando suas práticas, seus modos de ser e estar no mundo, seus fazeres pedagógicos sob a insígnia da qualidade da educação.

Referências

ALMEIDA, R. dos S; CUNHA, É. V. R. da. Campos de experiências na Base Nacional Comum Curricular (BNCC): evocando o conhecimento a ser ofertado na educação infantil. In: LOPES, A. C.; OLIVEIRA, M. B. de (Org.). Políticas de Currículo: pesquisas e articulações discursivas. – Curitiba: CRV, 2017.

AMARO, I. A docência no armário: o silenciamento das relações de gênero nos planos de educação. Revista Espaço Pedagógico, v. 24, n. 1, 5 maio 2017.

BALL, S. J. Performatividade, privatização e o Pós-estado do bem-estar. Educ. Soc., Campinas, vol. 25, n. 89, p. 1105-1126, Set./Dez. 2004.

BALL, S. J. Educação Global S.A.: novas redes políticas e o imaginário neoliberal. Ponta Grossa: UEPG, 2014.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.

BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília - DF, 26 jun. 2014.

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. – 11. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP. Censo da Educação Superior 2019. Brasília - DF, 2020. Disponível em: < https://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2020/Apresentacao_Censo_da_Educacao_Superior_2019.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2022.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Histórico. Disponível em:< http://basenacionalcomum.mec.gov.br/historico>. Acesso em: 09 fev. 2022.

BROWN, W. Cidadania Sacrificial: neoliberalismo, capital humano e políticas de austeridade. Dinamarca: Zazie Eduções, 2018.

BROWN, W. Nas ruinas do neoliberalismo: a ascensão da política antidemocrática no ocidente. São Paulo: Editora Filosófica Politeia, 2019.

CUNHA, K. S. Docente: identidade mítica. In: LOPES, A. C; OLIVEIRA, M. B. de (Org.). Políticas de Currículo: pesquisas e articulações discursivas. – Curitiba: CRV, 2017.

DIAS, R. E; FARIAS, L. M. C. B. de; SOUZA, C. G. de. Tentativas de controle curricular na formação e no trabalho docente. In: LOPES, A. C.; OLIVEIRA, M. B. de (Org.). Políticas de Currículo: pesquisas e articulações discursivas. – Curitiba: CRV, 2017.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, M. Resumo dos cursos do Collège de France (1970-1982). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 5ª Ed. São Paulo: Loyola, 1999.

FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica: curso no Collège de France: 1978 - 1979. São Paulo: Martins Fontes, 2008a.

FOUCAULT, M. O governo de si e dos outros: curso no Collège de France (1982-1983) - São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

FOUCAULT, M. Do governo dos vivos: curso no Collège de France: 1979 – 1980: excertos. 2º Edição Ampliada. São Paulo: Centro de Cultura Social; Rio de Janeiro: Achiamé, 2011.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

MACEDO, E. Como a diferença passa do centro à margem nos currículos: o exemplo dos pcn. Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 106, p. 87-109, jan./abr., 2009.

MACEDO, E. Base Nacional Curricular Comum: novas formas de sociabilidade produzindo sentidos para educação. Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 12, n. 03, p.1530 - 1555 out./dez., 2014.

MACEDO, E. As demandas conservadoras do movimento escola sem partido e a base nacional curricular comum. Educ. Soc. Campinas, v. 38, nº. 139, p.507-524, abr./jun., 2017.

MARCHELLI, P. S. Políticas de currículo, formação docente e as propostas da base nacional comum curricular (BNCC). In: LOPES, A. C.; OLIVEIRA, M. B. de (Org.). Políticas de Currículo: pesquisas e articulações discursivas. – Curitiba: CRV, 2017.

SILVA, M. R. da. Perspectivas curriculares contemporâneas. Curitiba: InterSaberes, 2012.

SOARES, Z. M. P; SANTOS, N. R. L. dos; PEREIRA, S. Documentos curriculares: gênero e sexualidade em discussão. In: LIBÂNEO, J. C. et al. (Org.). Em defesa do direito à educação escolar: didática, currículo e políticas educacionais em debate. 1ed. Goiânia: Gráfica UFG, 2019, v. 1, p. 83-92.

TURA, M. de L. R; MARINHO, Z. Observação do programa mais educação em uma escola de comunidade rural. In: LOPES, A. C.; OLIVEIRA, M. B. de (Org.). Políticas de Currículo: pesquisas e articulações discursivas. – Curitiba: CRV, 2017.

Downloads

Publicado

2022-08-04

Como Citar

LOPES DOS SANTOS, J. P. DEIXEMO-NOS GUIAR PELA BASE!: : A funcionalidade performática da BNCC e a produção de professores. Communitas, [S. l.], v. 6, n. 13, p. 209–220, 2022. DOI: 10.29327/268346.6.13-16. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/5984. Acesso em: 26 abr. 2024.