As designações para deficiência intelectual no Brasil, desde as últimas décadas do século XIX

um olhar bakhtiniano

Resumo

Este trabalho propõe o estudo das designações para deficiência no Brasil desde as últimas décadas do século XIX, na perspectiva do Círculo de Bakhtin. É marcado inicialmente por um histórico da Educação Especial brasileira. Propõe-se um estudo a partir das iniciativas oficiais e privadas desde as últimas décadas do século XIX, com o estudo das denominações voltadas às pessoas com deficiência, com foco em um grupo específico: pessoa com deficiência intelectual. Pretende-se, a partir da perspectiva bakhtiniana, ressaltar a importância da compreensão da construção discursiva como determinante nas manifestações e participação dessas pessoas na sociedade e as representações socioculturais da deficiência intelectual a partir da linguagem. Esta investigação propõe, ainda, discussão da noção de dialogismo que, no caso, leva à discussão de alteridade e construção da identidade, especialmente da pessoa a ser denominada por uma outra. Fazer emergir essa discussão como forma de ressaltar a compreensão da instituição, legalização, uso e ressignificação das palavras como lugar discursivo é de importância para as lutas simbólicas, valorizando a compreensão das designações, tomadas como enunciados, como uma ferramenta para a construção da igualdade de direitos aos grupos minoritários e fator determinante na construção de um mundo de fato ocupado com as questões da equidade.