As pedagogias culturais sobre as feminilidades circuladas nos artefatos culturais midiáticos (re)produzem estereótipos de feminino como alternativas de feminilidades diante das mudanças sóciohistóricas nas configurações entre gênero, classe social e sexualidade. Este artigo, fundamentado no Estudos Culturais e nos Estudos de Gênero, objetivou analisar as pedagogias culturais sobre as feminilidades da protagonista Thereza na primeira temporada da série brasileira Coisa mais Linda (2019) veiculada pelo serviço de streaming Netflix. A pesquisa foi delineada como documental com auxílio do método de Análise de Conteúdo. A partir da análise sobre as pedagogias culturais nas falas da protagonista foram ampliadas suas feminilidades entre estereótipos e resistências. A busca de Thereza por autonomia intelectual, financeira, afetiva e sexual foi expresso pelo trabalho remunerado fora de casa e a procura por prazer. Evidenciou-se as conquistas e lutas travadas por direitos civis e sociais, que em outras circunstâncias, objetivam a submissão aos homens. Os resultados constatam, portanto, que essas feminilidades convergem para a sororidade e o empoderamento das mulheres que preconizam transformações tanto em práticas individuais quanto coletivas e políticas para vivenciar, experimentar e visibilizar formas de ser mulher, mas que a autonomia ainda não é plena pela dependência amorosa de outro indivíduo para sua realização pessoal e social.
Palavras-chave: artefatos culturais midiáticos; pedagogias culturais; feminilidades.