POLÍTICAS RELACIONAIS PARA REFLORESTAR O PENSAMENTO
Praticar currículos de matemáticas como prática de cuidado com a Mãe Terra
DOI:
https://doi.org/10.29327.268346.9.22-4Palavras-chave:
Indígenas Mulheres, Crise climática, Educação Matemática, Currículo, DecolonialidadeResumo
Este artigo tem como objetivo compreender de que maneira as indígenas mulheres redefinem o problema da crise climática na COP, na academia - em especial para a Educação Matemática - e nos diversos espaços compartilhados, abrindo possibilidades para práticas curriculares de matemáticas como práticas de cuidado com Mãe Terra. Para isso, tomamos como referencial teórico e analítico o pensamento de mulheres indígenas que reeducam a política e nos apresentam educações que escapam a sala de aula, mas nos ensinam a transformá-la a partir da construção de uma subjetividade coletiva, possível desde que, aliada a uma cosmopolítica sensível à diferentes formas de vida na e da Terra. Reflorestar o pensamento, no sentido de deslocá-lo da lógica disciplinar para aquilo que afeta um corpo e o força a pensar com implicações para pensar o capitaloceno e as possibilidades de transgressão do disciplinar, tensionando currículos de Matemática da Educação Escolar Básica. Trata-se de um exercício contracolonial, sustentado por uma política relacional que difere de qualquer tentativa de subalternizar outros saberes aos discursos da ciência moderna, priorizando então, a enunciação dos povos que resistem à colonialidade, afirmando suas próprias linguagens e práticas socioculturais, que entendidas como completas e organizadas, nos interessam por manter a vida e o céu firme.
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