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Dossiê Temático

v. 3 n. 6 (2019): OS OCEANOS DE FRONTEIRAS INVISÍVEIS: TRÂNSITOS, IDENTIDADES E MEMÓRIAS NA LITERATURA

A POÉTICA DA VIAGEM EM LUCIANO DE SAMÓSATA

Enviado
novembro 10, 2019
Publicado
2019-12-10

Resumo

Neste artigo, observamos que os narradores de muitas das obras de Luciano se apresentam como um estrangeiro que encontra em seu caminho coisas estrangeiras, isto é, olha e é olhado com curiosidade e espanto. Em seus textos, veremos que há vários níveis de ameaças e contatos interculturais: desde a alteridade pelos selenitas e outros habitantes de espaços insólitos e fabulosos, até os encontros com o mesmo, ou seja, com a própria tradição greco-romana, figurada por Homero, Virgílio, entre outros. Nessa multidão de personagens convocada às narrativas luciânicas, a maioria se perde na mesmice, enquanto outros até aspiram por uma visão ou uma existência situada afora do seu próprio universo de compreensão. Cercando esses e outros aspectos, observaremos como Luciano perpassa pelos termos história e ficção para representar ironicamente os paralelos diversos no embate entre a mítica unidade de pátria e a lógica mediadora do estrangeiro, que remexe espaços, costumes e significados.

Referências

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