PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO PARA ACESSO A DIREITOS HUMANOS: POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E REFLEXÕES A PARTIR DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA MIGRANTES
DOI:
https://doi.org/10.29327/212070.7.2-21Palabras clave:
Política linguística, Língua de acolhimento, Materiais didáticosResumen
Diante da migração de senegaleses à cidade de Rio Grande, RS e das dificuldades linguísticas que encontram para suprir as suas necessidades de sobrevivência, percebemos a falta de uma política linguística de impacto social voltada para este grupo. Neste artigo, discutimos propostas metodológicas para o ensino de português como língua de acolhimento (GROSSO, 2010) para migrantes e refugiados a partir das políticas linguísticas adotadas no Brasil. Com base no referencial sobre Abordagem Orientada à Ação (JANOWSKA, 2014; PUREN, 2009) e Ensino de Línguas por Tarefas (ELLIS, 1991; 2000; JANOWSKA, 2014, SHIBAYAMA, 2017, WILLIS, 1996/ 2012) e na análise de alguns materiais didáticos específicos para imigrantes, serão analisadas as implicações de um ensino de língua estrangeira que vá além do viés do treino linguístico, visando o desenvolvimento de competências discursivas e promovendo a reflexão sobre a relação da língua com a garantia dos direitos humanos para a inserção plena dos migrantes na sociedade
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