In this article, Michel Laub's novel “O tribunal da quinta-feira” was analyzed from the perspective of HIV/AIDS and its metaphorical insertion in the literary landscape of the 21st century. In view of the historical traumas produced by the pandemic during the 1980s, the Acquired Immunodeficiency Syndrome was hardly represented in the space of canonical literary fiction, nor in the form of a metaphorical device in the arts. Because it is linked to dissident bodies in society - mainly gays, black Haitians, sex workers – it is possible to understand why there is an abjection ballast characterizing the nature of the disease, a reason that would limit it in the field of metaphors. Therefore, unlike other diseases, such as tuberculosis or syphilis, which are widely used dramatically in the literature, HIV/AIDS faces a certain poetic disuse and a certain repulsion in symbolic domains. Revisiting the history of the epidemic from a seropositive character in contemporary times, Laub's novel presents a renewed viral metaphor in which the organic (the body virus) and the cyber (viralization of messages on the network) converge, allowing another perception of the disease and of the communication processes on the Internet. Through this confluence, called here the contagion poetics, we discussed themes such as gender, dissident sexualities, abjection, contamination, the virtual world.
References
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 6 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013
COHEN, Jeffrey Jerome. A cultura dos monstros: sete teses. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Pedagogia dos monstros: os prazeres e os perigos da confusão de fronteiras. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 23-60
CREED, Barbara. The Monstrous-Feminine: Film, Feminism, Psychoanalysis. London and New York: Routledge, 1993.
EDER, Alex. O fim da privacidade e o linchamento virtual. Escotilha. Brasil, 1 de dezembro de 2016, Literatura/Ponto e vírgula. Disponível em: http://www.aescotilha.com.br/literatura/ponto-virgula/o-tribunal-da-quinta-feira-michel-laub/ Acesso em: 28 fev. 2020.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque. Edições Graal, 1988.
FOUCAULT, Michel. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
LAUB, Michel. A maçã envenenada. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
LAUB, Michel. Diário de queda. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
LUCCHESE, Alexandre. Michel Laub lança "O tribunal da quinta-feira", livro sobre privacidade e linchamento virtual. Gaúcha ZH. Porto Alegre, 9 de novembro de 2016, Livros. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/livros/noticia/2016/11/michel-laub-lanca-o-tribunal-da-quinta-feira-livro-sobre-privacidade-e-linchamento-virtual-8207974.html Acesso em: 28 fev. 2020.
LAUB, Michel. O tribunal da quinta-feira. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica Editora/UFPO, 2012.
MORAES, Camila. Michel Laub: “Quem pondera hoje é massacrado”. El País online. Brasil, 19 nov 2016, Literatura. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/17/cultura/1479415869_130648.html Acesso em: 28 fev. 2020.
PERLONGHER, Nestor. O que é AIDS?. São Paulo: Brasiliense, 1987.
PROSPERO, Carolina. Os julgamentos virtuais em “O Tribunal da Quinta-feira”, de Michel Laub. Homo Literatus. São Paulo, 25 de julho de 2018, Resenha. Disponível em: https://homoliteratus.com/julgamentos-virtuais-tribunal/ Acesso em: 28 fev. 2020.
RICH, A. Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Bagoas - Estudos gays: gêneros e sexualidades, v. 4, n. 05, 27 nov. 2012
SONTAG, Susan. Doença como metáfora: AIDS e suas metáforas. Tradução: Rubens Figueiredo e Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
STRÖMQUIST, Liv. A origem do mundo: uma história cultural da vagina ou a vulva vs. o patriarcado. Tradução Kristin Lie Garrubo. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2018
WOOLF, Virginia. O sol e o peixe: prosas poéticas. Seleção e tradução Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.