CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE EM BLACK MIRROR

CARTOGRAFIAS AUDIOVISUAIS

Autores

Palavras-chave:

normatividades; subjetivação; pedagogias; interseccionalidade

Resumo

Assim como as telenovelas de outrora na América Latina, as séries internacionais atualmente são um artefato cultural produtivo no emaranhado de fluxos semióticos e discursivos que disputam/forjam a produção de subjetividades em grande parte das culturas ocidentais. Neste artigo, a partir de um dispositivo midiático, analisamos as tensões em torno da produção da identidade e diferença como elemento potente aos estudos em educação pós-crítica, cartografando problematizações de gênero e sexualidade (em interseccionalidade com outros marcadores da diferença) que aparecem com maior ênfase em alguns episódios da série britânica Black Mirror. Desta forma, nossa rota cartográfica acompanha as seguintes produções: “Hino Nacional”, “Cala a boca e dança”, “San Junipero”, “Arkangel” e “Hang the DJ”. Apostamos que independente da intenção das pessoas que a criaram, ao ser consumido por centenas de milhões de pessoas em diversas partes do mundo, estes episódios e seus temas, passam a fazer parte de disputas morais nas mais diversas arenas internacionais, nacionais, locais, sempre interferindo no processo educacional das populações.

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Publicado

2020-05-29

Como Citar

POCAHY, F.; CRUZ, T. CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE EM BLACK MIRROR: CARTOGRAFIAS AUDIOVISUAIS. Communitas, [S. l.], v. 4, n. 7, p. 91–108, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/2836. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático