Este artigo apresenta uma análise comparativa das obras A Autobiografia do poeta-escravo, de Juan Francisco Manzano (2015) e Eu, Tituba: Bruxa negra de Salem, de Maryse Condé (2020), evidenciando as aproximações e diferenças entre elas, visto que ambas as narrativas se propõem a relatar a vida de sujeitos escravizados nos séculos XVII e XVIII, no caso de Tituba, e XIX para Manzano. Mesmo estando distantes no tempo e no espaço, além da autobiografia de Tituba ser ficcional por ser escrita por Maryse Condé, os autores/narradores demonstram estratégias que coincidem com o que Depestre (2001) caracterizou como marronagem cultural, conceito também desenvolvido por Coelho (2020) sob a denominação de pedagogias da cimarronaje, que, notoriamente, se estendem ao fazer literário. Assim, busca-se evidenciar esses aspectos comuns às literaturas caribenhas que visam uma releitura da história dos negros da diáspora nas Américas.