Tecnólogo em Gestão Pública pela Universidade Norte do Paraná (2015). Atualmente integra o quadro de Técnicos Administrativos em Educação da Universidade Federal do Acre no cargo de Assistente em Administração, atuando nas áreas de assessoramento das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Tem experiência em gestão estratégica com foco na Administração Pública cujas ações se concentram, particularmente, na comunicação institucional e no direito para gerentes no Setor Público. Desenvolve estudos e pesquisas vinculadas às seguintes temáticas: Políticas públicas em educação, planejamento e avaliação educacional, métodos de gestão, gestão democrática, inclusão digital, ideologia de gênero, diversidade cultural, transversalidade e multiculturalismo.
O tempo é uma medida de mudança. Modernamente, foi campo de estudo da física durante séculos, alcançando sua interpretação mais respeitada a partir das pesquisas do alemão Albert Einstein, que articulou a teoria da relatividade geral, fornecendo subsídios fundamentais para o estudo da gravitação, dos buracos negros e, principalmente, para o revolucionário entendimento de que o tempo é flexível e relativo. Einstein foi um gênio porque notou a intrínseca relação entre a física teórica e a filosofia da linguagem. Desse modo, já temos comprovações científicas de que os ponteiros de um relógio passam mais devagar quanto mais um indivíduo estiver longe da superfície do planeta Terra, assim como também passa mais lentamente para quem está em algum nível de velocidade considerável. Para além disso, a expansão do universo cósmico, do passado para o futuro, traz a estupefata conclusão de que tudo que vemos agora, não está acontecendo, de fato, nesse instante. Nesse sentido, o objeto dessa pesquisa é identificar a relação entre a forma como o indivíduo sente a passagem do tempo físico e os processos de formação da identidade cultural e educacional do povo amazônico. Tal tema evoca a relevância dos estudos dos modos de vida, de expressão e produção dos sentidos amazônicos, pensando na articulação entre as especificidades étnicas regionais e a relação sensível com a noção de tempo, imbricada questão que permeia a formação da identidade de um povo que vive em efervescente trânsito cultural, educacional e linguístico.
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