Dossiê Temático
v. 5 n. 9 (2021): POLÍTICAS PÚBLICAS E IGUALDADE DE GÊNERO: estratégias de resistência e existência
QUEM OUSA ENSINAR: redes de resistência de professores e discursos públicos contra uma “Escola Sem Partido”
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Instituto de Saúde e Sociedade, campus Baixada Santista – bolsista FAPESP.
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Enviado
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fevereiro 3, 2021
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Publicado
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2021-03-30
Resumo
Neste artigo nos propomos a investigar estratégias de resistência desenvolvidas por professores diante da ascensão transnacional de conservadorismos sociais e políticos na última década, com fortes repercussões na política de educação e nos cotidianos escolares no Brasil. Discursos de combate à "doutrinação nas escolas" e à suposta "ideologia de gênero" servem de ferramentas de criação de pânicos morais para iniciativas de censura à abordagem de determinados temas na arena pública brasileira. Uma das fundamentações dessa movimentação “conservadora” é de que haveria um estímulo à sexualização das crianças e a diversidade sexual e de gênero seria um agente destruidor da família e, portanto, as escolas devem se proteger de sua ameaça. Aqui analisaremos discursos encontrados no material disponibilizado publicamente pelo "Professores contra o Escola Sem Partido" (PCESP), movimento criado por professores em 2015 em resposta às mobilizações no legislativo federal de debate sobre o projeto Escola Sem Partido, que visava coibir ações de "cunho ideológico". No amplo espectro das temáticas abordadas pelo PCESP, em um contexto de intenso confronto de moralidades em relação ao gênero e a sexualidade, nos interessa refletir sobre as abordagens e as disputas acerca do lugar desses temas nas escolas. A mobilização de professores nos leva à reflexão do papel do ativismo como uma das esferas do ato de educar.
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