O presente artigo tem como propósito discutir por meio da análise do episódio Nosedive da série Black Mirror (2011), alguns aspectos da multirreferencialidade como potencialidade nos campos da Educação e Comunicação. Partimos do pressuposto de que por meio da compreensão da linguagem audiovisual é possível integrar a compreensão de diferentes dimensões de realidade, promovendo o desenvolvimento crítico-reflexivo e a ampliação do julgamento estético dos sujeitos. O reconhecimento das muitas camadas de leitura e interpretação das imagens do episódio confere visibilidade à pluralidade de olhares sob questões sociais relevantes tais como a estereotipização e a objetificação da figura feminina nos meios cinematográficos, nos quais o irreal se naturaliza e acaba por reproduzir-se como a verdadeira representação visual do real. Para isso, foram analisados: aspectos teóricos da lógica do consumo, as imagens, contextos e paletas de cores da narrativa, no exercício da multirreferencialidade. Como resultados da nossa investigação destacamos que o episódio fomenta reflexões acerca do fenômeno contemporâneo da vigilância e sua constituição a partir da primazia do consumo nas relações sociais.
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