Os Huni Kuin e a luta contra o colonialismo de estado na fronteira Acreana
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.8.2-7Palabras clave:
Cultura. Política. Identidade. Território. Interculturalidade.Resumen
Apresentamos aqui, uma proposta de leitura acerca da luta de um grupo Huni Kuin, que aviltados pela lógica do Estado Nacional brasileiro, são silenciados em suas epistemologias e cultura singulares, possuidoras de categorias de espaço e território que desafiam a sociedade não indígena e seus parâmetros de relação com a terra. Nesse sentido, nos interessa investigar as implicações e desdobramentos das ações de um Estado que atua em uma perspectiva de disciplina e controle, de fronteiras narradas, e, por isso, arbitrárias e sempre violentas. Como parte da problematização, trabalhamos aqui com a categoria de espaço-tempo dentro de diferentes perspectivas. Além disso, interessa-nos como estas questões podem se articular com as noções de espaço e territorialidade junto a um grupo Huni Kuin em suas lutas pela terra, suas culturas e identidades, e de que forma suas singularidades possuem um potencial de enfrentamento das categorias de espaço-tempo impostas secularmente pela empresa estatal.
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