A LITERATURA DISTÓPICA INFANTO-JUVENIL COMO UM ESPAÇO PARA DISCUSSÕES FORA DO ESPAÇO ACADÊMICO:: UM ENSAIO SOBRE A CRISE DAS HUMANIDADES E O PAPEL DO GÊNERO LITERÁRIO DISTÓPICO NO BRASIL
Com a ascensão do governo de Bolsonaro, evidenciou-se que as humanidades estão enfrentando um período de grande desvalorização. Entendido por muitos como estudos inúteis e/ou de difícil compreensão, as áreas de humanas parecem perder cada vez mais o seu espaço frente aos estudos tecnicistas e/ou de exatas tanto dentro do espaço acadêmico como fora dele. Em contrapartida, observa-se que discussões acerca de questões políticas, sociais e culturais permanecem presentes em outros meios, sendo o abordado neste artigo, a literatura distópica infanto-juvenil. A partir da discussão de Marjorie Perloff (2015) acerca da crise das humanidades em uma perspectiva estadunidense, propõe-se uma análise acerca da influência da literatura distópica infanto-juvenil no Brasil para permanência de debates humanísticos em espaços não acadêmicos, como uma forma de reinventar os modos de discussão a partir do viés literário. Para tanto, será discutida a influencia no atual governo para a desvalorização desse ensino, bem como os outros meios de tornar essas discussões possíveis em espaços menos elitizados, utilizando autores que tratam do gênero distópico, principalmente Claeys (2010), bem como fontes que permitem observar a ascensão do gênero no país. Conclui-se que a literatura distópica infanto-juvenil possui um papel importante na formação dos novos leitores brasileiros.
Citas
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