Doutora em Estudos Linguísticos pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais e Mestre em Estudos Literários (UFMG/Brasil). Pesquisadora vinculada ao Núcleo de Análise do Discurso da UFMG (NAD-UFMG). Advogada, docente no curso de Direito e na Pós-graduação do IESLA/ESJUS. Pesquisadora de Direitos Humanos, Bioética, Teorias da Argumentação, Literatura e Linguística discursiva. É membro da Sociedade Brasileira de Retórica (SBR), da Associação Latino-americana de Estudos do Discurso (ALED) e da Associação Serras de Minas – Teoria da Justiça e do Direito. Também é aluna internacional dos cursos para doutorado da Facultad de Derecho, Universidad de Buenos Aires (UBA). E-mail: acfigueiredo.prof@gmail.com.
Doutor e Mestre em Linguística pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/Brasil) e Graduado em Comunicação social, com ênfase em jornalismo. Pesquisador vinculado ao Núcleo de Análise do Discurso da UFMG (NAD-UFMG). É integrante de grupos de pesquisa Estudos de Linguagem, Argumentação e Discurso – ELAD, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Mídia e Memória, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). É membro da Associação Brasileira de Retórica e Associação Latino-americana de Retórica, fazendo parte do comitê organizador de congressos e simpósios propostos por tais associações. Os principais temas de pesquisa são Análise do Discurso, teorias da comunicação e estudos em argumentação, com foco em cinema, memória, mídia, Holocausto e direitos humanos. E-mail: fabioarcanjo81@gmail.com.
Este artigo apresenta como corpus o curta-metragem DeDora, por Sara, dirigido por Sara Antunes, e lançado nacionalmente na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A produção fílmica em questão prima em lidar com um acontecimento traumático na história brasileira – a ditadura militar, iniciada em 1964, e a subsequente repressão daqueles que se colocavam contrários a esse regime autoritário. Esse é o cenário das vivências de Maria Auxiliadora Lara Barcelos (uma militante que foi presa, torturada e vivenciou a realidade do exílio, vindo a se suicidar em 1976, na cidade de Berlim), cuja jornada foi discursivizada na supracitada produção fílmica. Isso posto, alguns eixos teóricos fazem-se relevantes: em primeiro lugar, abordar-se-á a noção de memória, chamando a atenção para alguns conceitos importantes, tais como memória discursiva (Courtine, 2014), intericonicidade (Courtine, 2013) e palavras-acontecimento (Moirand, 2007). A análise parte da hipótese, e esse é o segundo ponto, de que há um entrecruzamento das narrativas de vida (Machado, 2019), junto à ideia de apreensão imagética construída por meio do reflexo do “eu” (Bakhtin, 2011).
Referências
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BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2011.
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COURTINE, Jean-Jacques. Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. Tradução de Cristina de Campos Velho Birck... [et al]. 1ª ed., 1ª reimpressão. São Carlos: Edufscar, 2014.
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MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em análise do discurso. Tradução: Freda Indursky. Campinas, SP: Pontes, 1997.
MOIRAND, Sophie. Discours, mémoires et contextes: à propos du fonctionnement de l’allusion dans la presse. In: Corela – cognition, representation, langage. Poitiers, HS-6: 1-24, 2007. Disponível em: < https://journals.openedition.org/corela/1567>. Acesso em: 30 jan. 2021.
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Tradução de Mônica Saddy Martins. – 5ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 2014.
PAVEAU, Marie-Anne. Os pré-discursos: sentido, memória, cognição. Tradução de Greciely Costa e Débora Massmann. Campinas, SP: Pontes Editores, 2013.
PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à observação do óbvio. Tradução de Eni Orlandi... [et al]. 5ª ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014.
PÊCHEUX, Michel. Foi mesmo “propaganda” mesmo que você disse? Tradução de Eni Orlandi. In: ORLANDI, Eni (org.). Análise de discurso: Michel Pêcheux. 4ª edição. Campinas, SP: Pontes Editores, 2014.
RICOEUR, Paul. Memória, história e esquecimento. Tradução de Alain François [et al]. 6ª reimpressão. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014.
FILMES MENCIONADOS
Alma clandestina, de José Barahona. Brasil, Cine Brasil TV, 2018, som, cor, 100 min.
De Dora, por Sara, de Sara Antunes. Brasil, produção: Clementina Produção Cultural, produção associada: Corpo Rastreado, 2020, som, cor, 14 min.
Retratos de identificação, de Anita Leandro. Brasil., Pojó Filmes, UFRJ e Comissão de Anistia do Ministério da Justiça (Projeto Marcas da Memória), 2014, som, cor, 72 min.