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Dossiê Temático

v. 5 n. 12 (2021): Mídia e Direitos Humanos: entre tematizações hegemônicas e sentidos em disputa

DE DORA, POR SARA: memórias e narrativas em contexto de ode à barbárie

Enviado
julho 14, 2021
Publicado
2021-12-28

Resumo

Este artigo apresenta como corpus o curta-metragem De Dora, por Sara, dirigido por Sara Antunes, e lançado nacionalmente na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A produção fílmica em questão prima em lidar com um acontecimento traumático na história brasileira – a ditadura militar, iniciada em 1964, e a subsequente repressão daqueles que se colocavam contrários a esse regime autoritário. Esse é o cenário das vivências de Maria Auxiliadora Lara Barcelos (uma militante que foi presa, torturada e vivenciou a realidade do exílio, vindo a se suicidar em 1976, na cidade de Berlim), cuja jornada foi discursivizada na supracitada produção fílmica. Isso posto, alguns eixos teóricos fazem-se relevantes: em primeiro lugar, abordar-se-á a noção de memória, chamando a atenção para alguns conceitos importantes, tais como memória discursiva (Courtine, 2014), intericonicidade (Courtine, 2013) e palavras-acontecimento (Moirand, 2007). A análise parte da hipótese, e esse é o segundo ponto, de que há um entrecruzamento das narrativas de vida (Machado, 2019), junto à ideia de apreensão imagética construída por meio do reflexo do “eu” (Bakhtin, 2011).

Referências

  1. ARAUJO, Maria Paula Nascimento; SANTOS, Myrian Sepúlveda. História, memória e esquecimento: implicações políticas. In: Revista Crítica de Ciências Sociais, 79, Dezembro 2007, p. 95-111. Disponível em <https://journals.openedition.org/rccs/728>. Acesso em: 02 fev. 2021.
  2. BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2011.
  3. COURTINE, Jean-Jacques. Decifrar o corpo: pensar com Foucault. Tradução de Francisco Morás. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
  4. COURTINE, Jean-Jacques. Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. Tradução de Cristina de Campos Velho Birck... [et al]. 1ª ed., 1ª reimpressão. São Carlos: Edufscar, 2014.
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  9. MOIRAND, Sophie. Discours, mémoires et contextes: à propos du fonctionnement de l’allusion dans la presse. In: Corela – cognition, representation, langage. Poitiers, HS-6: 1-24, 2007. Disponível em: < https://journals.openedition.org/corela/1567>. Acesso em: 30 jan. 2021.
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  11. PAVEAU, Marie-Anne. Os pré-discursos: sentido, memória, cognição. Tradução de Greciely Costa e Débora Massmann. Campinas, SP: Pontes Editores, 2013.
  12. PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à observação do óbvio. Tradução de Eni Orlandi... [et al]. 5ª ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014.
  13. PÊCHEUX, Michel. Foi mesmo “propaganda” mesmo que você disse? Tradução de Eni Orlandi. In: ORLANDI, Eni (org.). Análise de discurso: Michel Pêcheux. 4ª edição. Campinas, SP: Pontes Editores, 2014.
  14. RICOEUR, Paul. Memória, história e esquecimento. Tradução de Alain François [et al]. 6ª reimpressão. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014.
  15. FILMES MENCIONADOS
  16. Alma clandestina, de José Barahona. Brasil, Cine Brasil TV, 2018, som, cor, 100 min.
  17. De Dora, por Sara, de Sara Antunes. Brasil, produção: Clementina Produção Cultural, produção associada: Corpo Rastreado, 2020, som, cor, 14 min.
  18. Retratos de identificação, de Anita Leandro. Brasil., Pojó Filmes, UFRJ e Comissão de Anistia do Ministério da Justiça (Projeto Marcas da Memória), 2014, som, cor, 72 min.