O MEU NOME É LEGIÃO:

RUÍNAS DO IMPÉRIO ÀS MARGENS DE LISBOA

Autores

Palavras-chave:

ANTÓNIO LOBO ANTUNES; MARGINALIDADE; VIOLÊNCIAA

Resumo

O presente artigo traz alguns aspectos e perspectivas teóricas selecionados para a análise do romance O meu nome é legião, de António Lobo Antunes. Este romance parte do argumento inicial de um grupo de jovens infratores da periferia de Lisboa, que saem em veículos roubados a cometer crimes. A partir deste argumento inicial, o romance passa a focalizar histórias de abandono, incomunicabilidade, solidão e violência de várias personagens que guardam algum tipo de relação com os menores envolvidos com a criminalidade. Esta “legião” personifica a decadência social e econômica resultante da longa e problemática relação de Portugal com suas ex-colônias. Dentre as estratégias narrativas do autor, destaca-se a intertextualidade estabelecida com outras obras canônicas da literatura portuguesa: Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado e Esteiros (1941), de Soeiro Pereira Gomes. Estes três romances compartilham de uma mesma categoria narrativa: o espaço intermedial,  das praias e das zonas portuárias, reconhecidos aqui como um lugar transitório em que a visão do mar apresenta sentidos ambivalentes.

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Publicado

2019-12-10

Como Citar

FONSECA, C. H. O MEU NOME É LEGIÃO: : RUÍNAS DO IMPÉRIO ÀS MARGENS DE LISBOA. Communitas, [S. l.], v. 3, n. 6, p. 153–165, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/3058. Acesso em: 23 abr. 2024.