Possui graduação em Psicologia Educacional e Mestrado em Desenvolvimento Curricular e Inovação Educativa pelo Instituto Superior de Ciências da Educação afecto à Universidade Katyavala Bwila, Angola. É membro e Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Curriculares ? GEPPC/UFPB (Universidade Federal da Paraíba), e do Núcleo de Estudos em Currículo, Cultura e Subjectividade NECSUS/UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso). É revisor e parecista ad hoc de duas revistas científicas brasileiras. Desenvolve investigações nas áreas de Currículo, Políticas Educativas e Curriculares e Formação de Professores. Actualmente é Docente e exerce a função de Chefe do Departamento Curricular de uma escola secundária de Angola. É formador principal do módulo de elaboração de artigos científicos. É consultor de terreno.
Vive-se num mundo em constantes transformações que contribuem para a mudança de viver das pessoas. Nesse cenário, a escola, espaço das diferenças, tem a função de garantir uma formação plural dos alunos. Apesar da LBSEE n.º 32/20, de 12 de Agosto projectar a Educação para preparar de forma integral o indivíduo, desenvolvendo harmoniosamente suas capacidades intelectuais, morais, éticas, estéticas e o sentimento patriótico dos cidadãos, no contexto prático angolano essa questão ainda constitui um grande desafio, pois o ensino é essencialmente focado no aspecto intelectual. O presente texto objectiva contribuir com algumas reflexões sobre a pertinência da educação em tempo integral, favorecendo a integralidade da formação do homem angolano. Utilizou-se uma metodologia de natureza qualitativa, cuja pesquisa caracterizou-se por uma abordagem de análise teórica, em que se teve como base de investigação as informações adquiridas nas fontes bibliográficas e em leitura dos documentos normativos. Para a presente discussão são trazidos os aportes teóricos e conceituais dos estudos de Silva (2016), Moreira e Tadeu (2011), Arroyo (2011) e Pacheco (2000). Os resultados desvelam, que a educação em tempo integral provoca o desenvolvimento multifacetado e sadio dos sujeitos. No caso de Angola, precisa-se problematizar a questão das políticas educativas, do currículo, das práticas curriculares, dos tempos lectivos e espaços das aprendizagens, da formação transversal dos agentes educativos e constituição de uma parceria curricular entre família, governos, escolas e comunidades, garantido a todos o sagrado direito a uma educação moderna e de boa qualidade.
Referências
ANGOLA. Governo de Angola. Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022. Luanda, 2018. 234 p.
ANGOLA. Ministério da Educação. Revisão Curricular: Resultados do Inquérito Nacional sobre a Adequação Curricular (INACUA) em Angola – 2018-2025. Luanda, 2019: Mensagem Editora. 165 p.
ANGOLA. Ministério da Educação. Lei n.º 32/20, de 12 de Agosto, que altera a Lei n.º 17/16, de 7 de Outubro – Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino. Luanda, 2020. 32 p.
ANGOLA. Assembleia Nacional. Constituição da República. Luanda, 2010. 92 p
ANGOLA. Ministério da Educação. Plano de Estudos do Ensino Primário. Luanda: Editora Moderna, 2003. 32 p.
BANCO MUNDIAL. Aprendizagem para todos: investir nos conhecimentos e competências das pessoas para promover o desenvolvimento; estratégia 2020 para a educação do Grupo Banco Mundial; resumo executivo, Washington, DC: Banco Mundial, 2011.
COELHO, L. M. C. C (Org.). Educação integral em tempo integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis, RJ: DP et Alii; Rio de Janeiro: FAPERJ, 2009.
JULIÃO, A. L. Autonomia Curricular do Professor em Angola: Um olhar na Perspectiva dos documentos normativos. Revista Espaço do Currículo, João Pessoa, v. 12, n. 2, 2019. p. 289-298, maio 2019. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php. Acesso em: 28 fev. 2022.
LEITE, C. Políticas de Currículo em Portugal e (im)possibilidades da escola se assumir como uma instituição curricularmente inteligente. Currículo sem Fronteiras, v.6, n.2, pp.67-81, Jul/Dez 2006.
MOLL, J. et. al. Ciclos na escola, tempos na vida: criando possibilidades. Porto Alegre: Artmed, 2012.
MOREIRA, A. F. B.; TADEU, T. (org.). Currículo, cultura e sociedade. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
PACHECO, J. A flexibilização das políticas curriculares. Actas do Seminário: O papel dos diversos actores educativos na construção de uma escola democrática. Guimarães: Centro de Formação Francisco de Holanda, 2000. 8 p
PERRENOUD, F. Dez novas competências para ensinar. Tradução Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 192 p
ROLDÃO, M. Os Professores e a Gestão do Currículo. Porto: Porto Editora, 1999. 128 p
SILVA, V. S. Educação em tempo integral: da teoria à prática nas redes municipais de Ensino de São Luís e São José de Ribamar, Maranhão, Brasil. Dissertação de Mestrado. Instituto Superior de Educação e Ciências. Lisboa, Portugal, 2016. 141 p.