TRADIÇÃO E PODER

A GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, DE JOÃO DE BARROS (1540)

Autores

  • Patrícia Rafaela Otoni Ribeiro Universidade do Estado do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.29327/216343.5.1-3

Palavras-chave:

Discurso gramatical. Tradição greco-latina. Gramática da língua portuguesa.

Resumo

O presente trabalho tem o objetivo de refletir sobre a abordagem gramatical de João de Barros na obra Gramática da língua portuguesa (1540). Partindo de uma análise interpretativa e historicamente situada de A cartinha, Gramática da língua portuguesa e Diálogo em louvor da nossa linguagem, evidencia-se como a influência da tradição greco-latina encontra-se presente na base do discurso e da estrutura gramatical do autor, com o respaldo teórico de Buescu (1978), Law (1987), Neves (1987), Auroux (1992), Baratin (1994) e Desbordes (1995). Além disso, destaca-se que a recorrência ao latim, no momento histórico do Renascimento (século XVI), é uma estratégia de comparação para propagar a soberania da língua portuguesa e do Império Português.

Referências

AUROUX, S. A revolução tecnológica da gramatização. Tradução: Eni Puccinelli Orlandi. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1992.

BARATIN, M. Sur la structure des grammaires antiques. In: DE CLERQ, J. & DESMET, P. (ed.) Florilegium historiographiae linguisticae – Études d’historiographie de la linguistique et de grammaire comparée à la mémoire de Maurice Leroy. Louvain-la-Neuve: Peeters, 1994.

BARBOSA, V.S.; BARBOSA, M.G.S. João de Barros: contribuições à língua portuguesa. Anais do V Colóquio Internacional Educação e contemporaneidade. 2011. Disponível em: https://goo.gl/Bt6ria. Acesso em 12 dez.2013.

BARROS, J. Grammatica da lingua portuguesa / [João de Barros]. - Olyssipone: apud Lodouicum Rotorigiu [m], Typographum, 1540. Disponível em: https://goo.gl/ bVjEKx. Acesso em 20 out. 2013.

BARROS, D.L.P. O discurso da norma na gramática de João de Barros. Alfa – São Paulo, v.45, 2001, pp. 11-32.

BUESCU, M. L. C. Gramáticos portugueses do século XVI. Portugal: Livraria Bertrand, 1978.

CABRAL, A.L.T.; PANTALEONI, N. Gramática de João de Barros: contexto histórico e conceitos teóricos. 2012. Disponível em: https://goo.gl/eK9rzF. Acesso em 2 jan 2014.

CANTÓ, J. Los grammatici: críticos literarios, eruditos y comentaristas. In: CODOÑER, C. Historia de la Literatura Latina. Catedra, 1997, pp. 741-753.

DESBORDES, F. Concepções sobre a escrita na Roma antiga. São Paulo: Ática: 1995.

DI BENEDETTO, V. Dionisio Trace e la techne a lui attribuita. In: Annale della Scuola Normale Superiore di Pisa, v. II, 1958, pp. 27-28; 169-210.

FORTES, F. S. A Linguística e sua história ou: como os linguistas olham para a Antiguidade? In: SILVA, R. G. A. et al. Ciências humanas em debate. Recife: EdUFRPE, 2011, pp. 132-166.

LAW. V. The romam grammarians. In: LAW. V. The insular latin grammarians. The Boydell Press, 1987.

LUHTALA, A. Grammar and Philosophy in Late Antiquity. Studies in the history of language sciences. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2005.

MONTEIRO, J. L. As ideias gramaticais de João de Barros. Revista de Letras. V.19. n. 1/2. jan. dez. 1997. Disponível em: https://goo.gl/3GV8CV. Acesso em 12 dez. 2013.

NEVES, M. H. de M. A vertente grega da gramática tradicional. São Paulo: HUCITEC (Brasília): Editora Universidade de Brasília, 1987.

VICENTE, C. P. Dois diálogos no Renascimento Português: João de Barros e Gândavo. Dissertação de Mestrado- Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 2008.

Downloads

Publicado

2017-06-30

Como Citar

Ribeiro, P. R. O. . (2017). TRADIÇÃO E PODER: A GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, DE JOÃO DE BARROS (1540) . Muiraquitã: Revista De Letras E Humanidades, 5(1). https://doi.org/10.29327/216343.5.1-3

Edição

Seção

ARTIGOS