Sozinhos, mas nem tanto

memórias e lutas contra o isolamento numa comunidade pesqueira no litoral Nordeste da Amazônia paraense (1960-2020)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/268903.6.1-18

Resumo

O texto aborda, do ponto de vista das experiências históricas, mudanças e continuidades nos modos de vida dos moradores de uma comunidade de pescadores amazônicos, o Quarenta do Mocooca, a partir do surgimento de novas formas de mobilidades com a construção de uma estrada que provocou a emergência de outras zonas de contato, práticas sociais, trocas culturais, alterando tradições na cotidianidade local. A pesquisa foi realizada na região do Quarenta do Mocooca, vilarejo do município de Maracanã, Zona do Salgado paraense, entre os anos de 2018 e 2021, cronologicamente definido entre 1960-2020. Teoricamente fundamentou-se na História Social e nos Estudos Culturais e metodologicamente seguiu orientações da crítica documental e da História Oral para dialogar com memórias coletivas e individuais em circuitos da tradição oral como constituintes dos modos de ser, pensar e agir dos habitantes dessa região. No trabalho, defende-se a tese de que mudanças percebidas no estudo do passado frente ao presente, se por um lado alteram teias de relações tecidas por décadas entre moradores e ambiente com o contato de novos agentes históricos, informações, produtos culturais, especialmente, na virada do século XX para o XXI, por outro lado, mesmo em condições desiguais, os agentes sociais do lugar reelaboram os novos aparatos tecnológicos e culturais e seguem em defesa de suas tradições vivas, lutando diariamente por aquilo que acreditam ser o caminho do desenvolvimento local. Para explicar esta tese, a pesquisa se apoia em análises da experiência e das vivências dessas pessoas, assim como no estudo dos pequenos e grandes eventos locais, alguns individuais, outros coletivos, na tentativa de entender a trajetória dessa comunidade que se apresenta numa rede de relacionamentos e decisões de uma vida móvel entre o campo e a cidade, entre o passado e o presente, entre a natureza e a urbanização, entre a pesca e um tipo de turismo, que chamamos de “alternativo” e “informal”, que vem forçando o aparecimento de algumas práticas globalizadas observadas a partir da chegada de novas necessidades e hábitos de consumo local.

Biografia do Autor

Elida Moura Figueiredo, Universidade Federal do Pará

Bibliotecária da Universidade Federal do Pará, Campus de Ananindeua. Doutora em História, pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia (PPHIST/UFPA).

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Publicado

2023-08-18

Como Citar

Moura Figueiredo, E. . (2023). Sozinhos, mas nem tanto : memórias e lutas contra o isolamento numa comunidade pesqueira no litoral Nordeste da Amazônia paraense (1960-2020). Das Amazônias, 6(01), 299–329. https://doi.org/10.29327/268903.6.1-18