Das Amazônias https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas <p>Revista Discente vinculada à área de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Acre (CFCH/UFAC), com periodicidade semestral. Tem por objetivo mobilizar e envolver pesquisadores, professores e estudantes de graduação e pós-graduação das áreas de Ciências Humanas, Educação e Linguagens, bem como manter relações com as experiências de professores da educação básica e de movimentos sociais das florestas e cidades amazônico-andinas. As contribuições, na forma de artigos, entrevistas, resumos e resenhas, poderão ser livres ou vinculadas a dossiês temáticos organizados por profissionais dos cursos de História da UFAC e outras instituições.</p> <p><strong>ISSN:</strong> 2674-5968| <strong>Ano de criação: </strong>2018| <strong>Área do conhecimento: </strong>História |<strong>Periodicidade:</strong> Semestral|<span style="vertical-align: inherit;"> <strong>Qualis: </strong>B3 </span>|<strong>DOI: </strong><a href="https://doi.org/10.29327/268903">10.29327/268903 </a></p> pt-BR rdam.cfch@ufac.br (Nedy Bianca Medeiros de Albuquerque) rdam.cfch@ufac.br (Revista Das Amazônias) sex, 18 ago 2023 00:19:57 -0500 OJS 3.2.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Indigenismo e Movimento Indígena no Brasil https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6523 <p>Neste artigo, buscamos desenvolver uma breve reflexão sobre o processo de criação e consolidação do movimento indígena no Brasil durante as décadas de 1970 e 1980. Para isso, buscamos compreender quem foram as lideranças indígenas de diferentes etnias e regiões do Brasil que o formaram, bem como a identidade supraétnica que construíram, responsável por dar coesão a este movimento social. Também buscamos inserir estas reflexões na linha historiográfica denominada Nova História Indígena, dialogando com outras áreas do conhecimento, principalmente a antropologia e o direito. Utilizamos algumas compilações produzidas por juristas que nos auxiliaram na compreensão da legislação brasileira e de suas transformações ao longo do século XX. Construímos o objeto de pesquisa por meio da análise de publicações periódicas do jornal <em>Porantim</em>, além de outros documentos produzidos por organizações indigenistas e indígenas.</p> Ivan Pereira Rodrigues dos Santos Copyright (c) 2023 Ivan Pereira Rodrigues dos Santos https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6523 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 O Brasil contemporâneo em "Não se come dinheiro" de Ailton Krenak https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6533 <p>O presente artigo apresenta e discute a interpretação do Brasil contemporâneo por Ailton Krenak no texto "Não se come dinheiro". Sua linguagem objetiva, sensível e irônica possibilita o exercício que instiga refletir sobre a percepção crítica do líder indígena acerca dos temas: ambiental, social, pandemia de COVID-19, visões sobre o futuro do planeta em meio aos avanços das práticas capitalistas das quais se perpetuam e condicionam tal conjuntura caótica. Pensar um Brasil, a partir das perspectivas dos povos originários que ergueram trajetos anticolonialistas e anticapitalistas, são questões pertinentes que serão detalhadas ao decurso deste escrito. Do ponto de vista metodológico, esta pesquisa irá efetuar seleção e análise crítica de livros, artigos e fontes digitais (vídeos dispostos na plataforma Youtube). Contamos com quantidades significativas de artigos disponíveis na Internet, como também os vídeos, que devido ao período Pandêmico ocasionou o crescimento das produções audiovisuais. Segundo Almeida (2011) os recursos digitais, apresentam-se como tipologia documental para o desenvolvimento das investigações sobre o estudo da história no tempo presente, podendo ser válidas enquanto fontes primárias. Na primeira seção do artigo será apontado parte da trajetória de Ailton Krenak como um intelectual indígena, na segunda o foco é sua narrativa do Brasil contemporâneo. Ler e analisar autores indígenas nos possibilitará entrar em contato com seus conhecimentos, suas formas de ver o mundo, suas lutas. Essa pesquisa será mais uma contribuição para a História Indígena que dialoga com perspectivas trazidas pela História do Tempo Presente.</p> Indirah Natali Silva Soares Copyright (c) 2023 Indirah Natali Silva Soares https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6533 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Mulheres Apinajé https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6520 <p>O presente artigo discutirá o protagonismo das mulheres Apinajé, frente às demandas políticas, através do histórico de luta e inserção destas na chefia de aldeias, reuniões e eventos políticos. O fato observado é a participação recorrente das mulheres&nbsp; na esfera politica, organizando eventos, reuniões e movimentos nas ultimas décadas, delineando as trajetórias e espacialidades no território materno. A pesquisa foi realizada através da pesquisa bibliográfica por meio das dissertações de mestrado “ A questão de gênero na etnologia Jê: A partir de um estudo sobre os Apinajé” &nbsp;de Raquel Pereira Rocha ( 2001) e Mulheres Apinajé: Trajetórias Socioespaciais em Tocantinópolis de Carina Alves Torres (2020), o &nbsp;Trabalho de conclusão de Curso (TCC) A vida de Nhiro: Etnobiografia de uma cacica Apinajé da pesquisadora Welitânia Pereira Rocha ( 2016) e as &nbsp;notícias do Blog Associação União das aldeias&nbsp; <em>Pempxá</em> sobre a participação das mulheres na esfera política no recorte temporal de 2001 a 2022. &nbsp;Através da revisão bibliográfica se constatou o crescimento das mulheres na esfera política, fundando e chefiando aldeias, além de atuarem frente às demandas políticas, educacionais e&nbsp; culturais, exercendo diversas no território, além de construírem trajetórias socioespaciais em outras cidades e estados do Brasil.</p> Carina Alves Torres, Sheila Baxy Baxy Pereira de Castro Apinajé, Laylson Mota Machado Copyright (c) 2023 Carina Alves Torres, Sheila Baxy Baxy Pereira de Castro Apinajé, Laylson Mota Machado https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6520 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Na margem da visibilidade https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6374 <p><span style="font-weight: 400;">O objetivo dessa pesquisa é sinalizar a existência dos Indígenas Potiguaras LGBTQIAPN+ dos aldeamentos e núcleos urbanos do Litoral Norte Paraibano, bem como na necessidade de ampliar as concepções frente à discussão sobre sexualidade nas terras indígenas. Por vez, a metodologia utilizada parte do relato de experiência enquanto indígena potiguara gay, bem como a escrita em primeira pessoa, destacando os enfrentamentos frente à homofobia e discriminações tanto dentro das aldeias quanto na cidade – e mesmo na Academia. Além disso, com ênfase no compromisso ético dessa pesquisa de trabalho de conclusão de curso, ora em andamento, os resultados pairam através dos discursos de ódio, violências físicas, verbais e psicológicas contra os Potiguaras LGBTQIAPN+ na cidade e principalmente dentro do aldeamento, sendo fortemente influenciada pela presença da fé cristã nesses espaços de terra indígena (TI), e o aumento expressivo da perda das tradições originárias, assim como também o preconceito, afeito sob diversas óticas: são indígenas paraibanos/as/es, racializados/as/es e LGBTQIAPN+. Conclui-se que pouco se fala sobre os povos originários na perspectiva de sexualidade, aflorando ainda mais o olhar colonizador sobre esses corpos, que são alvos constantes do apagamento e do silenciamento. Logo, são urgentes os debates para que se possa haver visibilidade, acolhimento e principalmente respeito, no âmbito da escrita da História – e para além dela.</span></p> José Marcos Nascimento Pontes, Dayane Nascimento Sobreira Copyright (c) 2023 José Marcos Nascimento Pontes, Dayane Nascimento Sobreira https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6374 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 A diversidade da vida nos territórios amazônicos https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6289 <p>O artigo reúne alguns mitos de origem de diferentes tradições culturais que coexistem nos territórios amazônicos, em um esforço arqueológico que tem como objetivo amplificar a visibilidade das narrativas míticas enquanto potências criativas que manifestam a diversidade cultural que permeia a biodiversidade dos territórios amazônicos. A riqueza da biodiversidade amazônica é mundialmente valorizada, no entanto, pouco se reconhece que é resultado do modo de ser, pensar e agir no mundo dos diversos povos originários que coabitam e compõem os territórios amazônicos (NEVES, 2020). Tomando como base metodológica a noção de Multiplicação Dialógica (GUIMARÃES, 2022; 2021; 2020; 2017) que aponta para princípios de uma Psicologia Indígena implicada com a abertura para a diversidade, partimos da figura mitológica da cobra enquanto critério de recorte, operando uma multiplicação de sentidos desde diferentes perspectivas culturais que cada mito de origem manifesta. O trabalho explicita o contraste entre a perspectiva dos missionários e colonizadores com os povos originários e afro-diaspóricos. A figura mitológica da cobra é demonizada no mito bíblico do Gênesis enquanto origem do mal, pecado e traição, ao passo que, por sua vez, nos diferentes mitos de origem indígenas e afro-diaspóricos, aparecem outros sentidos possíveis, exaltando potências criativas e transformadoras, associada ao arco-íris que une céu e terra, a capacidade de trânsito entre diferentes pólos, bem como em rituais de cura (LINDOSO, 2007), associada também à <em>Ayahuasca</em> e a arte feminina do <em>Kene</em>, em seu potencial transformador de cura e percepção visionária (BELAUNDE, 2013; LAGROU, 2013); bem como à própria origem da vida em sua diversidade e dos rios que entrecortam os territórios amazônicos (PÃRÕKUMU &amp; KËHÍRI, 1995; PACHECO, 2009).</p> Pâmela Damilano dos Santos Copyright (c) 2023 Pâmela Damilano dos Santos https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6289 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Povos indígenas e suas lutas por direito a educação de qualidade e meio ambiente saudável https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6537 <p>Este artigo trata de apresentar a aldeia Açaizal do povo indígena Munduruku, contextualizando sua realidade em plena ocupação da região por plantadores de soja e milho em formato de monoculturas que além de empobrecer a biodiversidade local contribuem, sobremaneira, com a poluição de recursos naturais imprescindíveis as populações tradicionais locais. A partir de relatos dos próprios moradores da aldeia Açaizal tecemos os significados da violação dos direitos fundamentais da comunidade, por parte do Estado, que além de se omitir frente aquela realidade contribui de várias formas para que os direitos a uma educação escolar indígena não se estabeleçam plenamente. Nesse contexto há também uma violação dos direitos ambientais, que podemos aqui tratar como racismo ambiental trazido pelos imigrantes que destroem o meio ambiente e os recursos necessários ao bem viver das pessoas da aldeia Açaizal. A luta por uma educação escolar na comunidade remonta a década de 70, quando conseguiram materializar a primeira escola. Nas últimas duas décadas do século XXI as agressões a pessoa indígena e aos seus territórios tem causado grandes perdas materiais e culturais ao povo Munduruku da Aldeia Açaizal. Nosso estudo denuncia a realidade de opressão em que vive esse povo, procura ajudar na visibilização de suas lutas e discute como podemos superar algumas dessas dificuldades. Apesar de ainda terem uma grande luta pela frente reivindicam uma condição de bem-viver, naquele território, com educação escolar de qualidade e um meio ambiente sustentável.</p> Hellen Regina Martins Rocha, Claudio Emidio-Silva Copyright (c) 2023 Hellen Regina Martins Rocha, Claudio Emidio-Silva https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6537 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Lei 11.645/2008 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6458 <p>O presente artigo tem o objetivo de apresentar os resultados obtidos a partir de uma pesquisa realizada dentro de uma disciplina do curso de Pedagogia da UNIR que teve a intenção de identificar registros do ensino da História e Cultura dos Povos Indígenas nos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP), conforme orienta a Lei 11.645/2008. O estudo foi realizado em três instituições de ensino privado e público no município de Ouro Preto do Oeste, Rondônia. Pesquisa qualitativa, de caráter documental (BOGDAN; BIKLEN, 1994) com base teórica em Brasil (1997, 2008, 2015); Neves (2013); Bergamaschi e Gomes (2012); Veiga (2002), entre outros/as. Os resultados apontaram que apesar de os documentos trabalharem conforme orienta a Lei, ainda há lacunas a respeito da inclusão dos estudos acerca da História e Cultura dos Povos Indígenas. É importante um aprofundamento ao compor o currículo das respectivas instituições, sobretudo, considerando o processo de implementação da Lei garantindo um estudo contextualizado do tema.</p> Valéria Rocha dos Santos, Nilson Barros da Silva, Flávio da Silva Dutka Copyright (c) 2023 Valéria Rocha dos Santos, Nilson Barros da Silva, Flávio da Silva Dutka https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6458 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Negros e indígenas na fronteira entre Brasil e Guiana Francesa https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6362 <p>Na Amazônia ainda são escassos os estudos que tratam das relações multiétnicas entre negros e indígenas. Esse é o caso da fronteira entre Brasil e Guiana Francesa, principalmente do município de Oiapoque onde existe uma diversidade sociocultural, mas ainda predomina o desconhecimento acerca da presença de comunidades quilombolas nessa região. Neste artigo exploro o processo de formação do quilombo Kulumbu do Patuazinho onde negros e indígenas construíram relações com o território ocupado que originou a formação da comunidade. Para a realização da pesquisa, utilizou-se métodos concatenados como a história oral, etnografia e caminhamentos pelo território. A participação dos moradores da comunidade foi essencial para o registro das informações ao longo da pesquisa. Os resultados permitem compreender que a formação da comunidade quilombola Kulumbu do Patuazinho parte do princípio da valorização das misturas das relações da matriz africana e da cosmologia indígena que perpassam pelo território e dão sentido a perspectiva da comunidade no quilombo.</p> Jelly Juliane Souza de Lima Copyright (c) 2023 Jelly Juliane Souza de Lima https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6362 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 A narrativa dos silenciados, garantias constitucionais e as alterações nos territórios quilombolas titulados https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6522 <p>Este trabalho apresenta reflexões acerca das mudanças e desafios oriundos do processo de reconhecimento dos direitos territoriais com a emissão do Título de Reconhecimento de Domínio Coletivo em terras ocupadas por remanescentes de quilombos. Foi realizado um estudo de caso para analisar a titulação da comunidade quilombola Sagrado Coração de Jesus – Rio Genipaúba, área de várzeas do município de Abaetetuba/PA. Partiu-se da hipótese que a titulação definitiva interfere positivamente na vivência da Comunidade. A metodologia empregada foi trabalhar com dados coletados com anciãos da Comunidade supradita, na qual os autores são domiciliados. Para tanto, se utilizou abordagens qualitativa e quantitativa, considerando-se que os procedimentos metodológicos envolveram breves pesquisas doutrinárias e legislativas, e, ainda, a filtragem de conversas informais tecidas a partir da vivência prática na comunidade titulada em questão. Como principais resultados foi possível elaborar um organograma que descreve os caminhos da titulação, facilitando a compreensão dos quilombolas residentes no território titulado, como também auxiliará os que buscam a titulação de seus territórios nas terras estaduais.</p> <p> </p> Flavia Silva dos Santos, Amilton Bitencourt Copyright (c) 2023 Flavia Silva dos Santos, Amilton Bitencourt https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6522 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Procissões e representações https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6260 <p>Este trabalho discute os festejos de santos na Amazônia e suas representações a partir de uma discussão da Nova História Cultural e Decolonial. A metodologia adotada inclui a pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa. O método de abordagem, considerando as diferentes formas de discutir e analisar o objeto, será feito a partir do método histórico-dialético, tendo em vista que se trata de pesquisa que opera no campo teórico-interpretativo da realidade. Objetivo deste trabalho procura compreender o fenômeno religioso como parte de uma construção cultural, ressignificadas por pessoas leigas, sustentada na fé, procurando trazer as contribuições para explicações mais efetivas do uso da memória local, utilizando outras perspectivas, notadamente, aquelas que não são vistas nos livros didáticos enfatizar, procurando demonstrar, a circularidade entre a cultura das classes dominantes e a cultura das classes subalternas. Conclui que Os Festejos, de modo geral, têm em comum não uma ideologia, e sim uma questão de fundo cultural, em uma realidade paradoxalmente cada vez mais multicultural: a luta por uma identidade religiosa. O pressuposto básico para a vida desses participantes é exteriorizar sua fé e lutar pela sua perpetuação como grupo, na formação da identidade que os une em torno de um aparato simbólico religioso.</p> Aldeci da Silva Dias Copyright (c) 2023 Aldeci da Silva Dias https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6260 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Luto e luta pela Terra https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6391 <p>O presente trabalho aborda sobre as memórias de uma viúva de trabalhador rural assassinado em conflito de terra na região do Médio Mearim, no Maranhão. Presente no momento do ocorrido, juntamente com os filhos, ela entrou em luta corporal com o assassino e acabou o matando, sendo levada a júri popular por homicídio e absolvida por legítima defesa. Buscamos analisar como ela se reconstrói a partir do vivido, no esforço de compreendê-la para além da situação de vítima. As suas memórias possibilitam a revisita ao campo maranhense e permitem o questionamento acerca do lugar ocupado pelas mulheres durante os conflitos agrários. O trabalho se faz relevante por resgatar uma situação de conflito na qual os camponeses não são, necessariamente, vítimas, recuperando informações que ficaram no anonimato. Ele traz a memória autobiográfica como principal categoria de análise e como aporte teórico as contribuições de Elizabeth Jelin (2001), Jonathan Grossman (2000) e Michael Pollak (1989). Está estruturado a partir de campo etnográfico, de entrevistas semiestruturadas e consulta a fontes bibliográficas e documentais.</p> Aline Souza Nascimento Copyright (c) 2023 Aline Souza Nascimento https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6391 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Da vazante para a roça de toco https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6428 <p><span style="font-weight: 400;">O Acampamento Coragem é formado por trinta e seis famílias que foram atingidas com a implantação da Usina Hidrelétrica de Estreito (MA), e atualmente ocupam um território em Palmeiras do Tocantins (TO), reivindicando os direitos de ocupação, e as práticas culturais que lhes foram violadas pelo advento da construção do empreendimento. Desde que foram expropriados, em outubro de 2015, encontram no território formas de continuarem exercendo seus modos de vida. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é identificar os conflitos enfrentados pela população acampada na luta pela terra e em seu processo de resistência e ocupação da comunidade. Os caminhos metodológicos do presente estudo são guiados pela pesquisa qualitativa, com uso de entrevistas exploratórias e observação participante, buscando compreender as vivências ribeirinhas e suas trajetórias de ocupação às margens do rio Tocantins. Através dessa pesquisa, foi possível destacar a importância do território para a comunidade que desde a instalação da barragem vem enfrentando os conflitos e disputas socioambientais para permanecer no território e exercer seus modos de vida.</span></p> Lucas Moreira Amario, Laylson Mota Machado Copyright (c) 2023 Laylson Mota Machado, Lucas Moreira Amario https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6428 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 A fronteira amazônica brasileira como espaço de desenvolvimento, conflitos e resistência https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6369 <p>O presente artigo tem como objetivo discutir sobre o processo de ocupação e desenvolvimento na Amazônia brasileira, principalmente, às questões relacionadas aos conflitos sociais, ambientais e econômicos desencadeados por esse modelo de desenvolvimento na região. Como fontes, optou-se pelas contribuições bibliográficas de autores consagrados na área. A dinâmica de ocupação e desenvolvimento na Amazônia brasileira foi e continua sendo marcada pela exploração predatória de seus recursos naturais. Sendo esta a maior floresta tropical do planeta e dos últimos espaços que ainda restam alguns recursos para alimentar o sistema capitalista, a Amazônia vem sendo abruptamente destruída nas últimas décadas. Não somente seu espaço vem sendo substituído pelos grandes empreendimentos, como também à sua população, em particular àquelas que mantém o modo de vida tradicional e que dependem de suas terras para garantir sua sobrevivência. Conclui-se que o desenvolvimento na Amazônia é um desenvolvimento contraditório, porque suas riquezas não são convertidas em investimento local. Enquanto populações tradicionais ou pequenos produtores vivem em constante temor em perder suas terras, o mercado capitalista consegue usurpar cada recurso que ele encontrar, não se preocupando com a sua finitude.</p> Maria Ferreira de Sousa Copyright (c) 2023 Maria Ferreira de Sousa https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6369 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Racismo ambiental e comunidades Caiçaras no Brasil https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6545 <p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo examina os processos históricos relativos à aplicação da legislação ambiental restritiva da Mata Atlântica a partir do exame das comunidades caiçaras habitantes da terra em questão. Entendidas como comunidades tradicionais, objetivou-se investigar sua relação com os estatutos de proteção ambiental que versam sobre seu território. Partindo das discussões de Antonio Carlos Diegues e Cristina Adams, foram desenvolvidos os debates acerca da conservação e preservação natural sem a consideração da presença humana. Ainda através dos referenciais paulistas, os caiçaras foram compreendidos enquanto populações racializadas e vulneráveis sem acesso ao diálogo com o Estado exigido por lei. Constatou-se que os caiçaras são alvo de impactos desiguais no que diz respeito aos resultados da devastação ambiental provocada por empreendimentos turísticos, bem como têm sua ocupação do espaço restringida. Por isso, foram necessárias as discussões sobre racismo ambiental e necropolítica a partir de Selene Herculano, Tânia Pacheco e Achille Mbembe. Ao final, tem-se por resultado a compreensão da ampla gama de necessidades que envolve os diferentes espaços habitados por comunidades caiçaras, cujo elemento em comum se observa no urgente e necessário diálogo por parte dos poderes públicos que regem as áreas de proteção com as comunidades que nelas vivem.&nbsp;</span></p> Cassiana Sare Maciel Copyright (c) 2023 Cassiana Sare Maciel https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6545 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Uma Análise teórica do conceito de identidade a partir dos estudos culturais https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6462 <p>Este artigo tem como objetivo fazer um estudo sobre os mais diversos conceitos de identidades em contextos britânicos e latino-americano da órbita dos estudos culturais. Sabemos que a identidade sempre foi observada por diferentes ângulos e que a sociedade buscou construir sua própria identidade cultural, determinando certos parâmetros de pertencimento, sendo que esta construção se deu através da recorrência à sua história e ao seu passado. As questões sobre identidade ganharam expressão com as mudanças políticas e culturais nos últimos anos, transformações estas que foram resultado das questões emergentes do mundo moderno, principalmente o surgimento do conceito de sujeito. A identidade, neste interim, se forma a partir de várias representações e significações, resultando de várias histórias passadas. A fundamentação teórica deste trabalho ancora-se nos estudos de Stuart Hall (2003) e Martín-Barbero (1997), dentre outros, o que permitiu caracterizá-lo como bibliográfico com abordagem qualitativa.</p> Juliana Cristina Sousa da Silva Copyright (c) 2023 Juliana Cristina Sousa da Silva https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6462 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 “O Araguaia que corre na minha aldeia" https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6368 <p>O rio Araguaia é presente no cotidiano da população que vive, viveu e vivenciou Conceição do Araguaia/PA em diferentes espacialidades e temporalidades. Diante disso, o trabalho tem por objetivo compreender a relação identitária dos sujeitos de Conceição do Araguaia/PA com o rio, e com isso, se há possibilidade de percebê-lo enquanto um geossímbolo. Para isso, estabelece como procedimento metodológico a pesquisa exploratória e o levantamento bibliográfico e documental pertinente à temática. Sendo assim, por meio do entendimento dos conceitos de território, identidade, geossímbolo e lugar buscamos evidenciar a importância do rio na vida dos morados da cidade a partir de múltiplas perspectivas e em diferentes contextos; isto é, qual a relação com o Araguaia a partir do olhar dos grupos indígenas, dos sertanejos, dos missionários, extrativistas, pescadores, comerciantes, demais moradores da cidade, entre outros sujeitos. Em suma, são sujeitos diversos e consequentemente, muitas são as relações identitárias construídas com tal elemento natural. Portanto, essas identidades algumas vezes são herdadas, mas certamente encontram-se em constante transformações diante dos processos sociais e espaciais.</p> Ester Brito Parente, Anelino Francisco da Silva Copyright (c) 2023 Ester Brito Parente, Anelino Francisco da Silva https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6368 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Sozinhos, mas nem tanto https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6539 <p>O texto aborda, do ponto de vista das experiências históricas, mudanças e continuidades nos modos de vida dos moradores de uma comunidade de pescadores amazônicos, o Quarenta do Mocooca, a partir do surgimento de novas formas de mobilidades com a construção de uma estrada que provocou a emergência de outras zonas de contato, práticas sociais, trocas culturais, alterando tradições na cotidianidade local. A pesquisa foi realizada na região do Quarenta do Mocooca, vilarejo do município de Maracanã, Zona do Salgado paraense, entre os anos de 2018 e 2021, cronologicamente definido entre 1960-2020. Teoricamente fundamentou-se na História Social e nos Estudos Culturais e metodologicamente seguiu orientações da crítica documental e da História Oral para dialogar com memórias coletivas e individuais em circuitos da tradição oral como constituintes dos modos de ser, pensar e agir dos habitantes dessa região. No trabalho, defende-se a tese de que mudanças percebidas no estudo do passado frente ao presente, se por um lado alteram teias de relações tecidas por décadas entre moradores e ambiente com o contato de novos agentes históricos, informações, produtos culturais, especialmente, na virada do século XX para o XXI, por outro lado, mesmo em condições desiguais, os agentes sociais do lugar reelaboram os novos aparatos tecnológicos e culturais e seguem em defesa de suas tradições vivas, lutando diariamente por aquilo que acreditam ser o caminho do desenvolvimento local. Para explicar esta tese, a pesquisa se apoia em análises da experiência e das vivências dessas pessoas, assim como no estudo dos pequenos e grandes eventos locais, alguns individuais, outros coletivos, na tentativa de entender a trajetória dessa comunidade que se apresenta numa rede de relacionamentos e decisões de uma vida móvel entre o campo e a cidade, entre o passado e o presente, entre a natureza e a urbanização, entre a pesca e um tipo de turismo, que chamamos de “alternativo” e “informal”, que vem forçando o aparecimento de algumas práticas globalizadas observadas a partir da chegada de novas necessidades e hábitos de consumo local.</p> Elida Moura Figueiredo Copyright (c) 2023 Elida Moura Figueiredo https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6539 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Uma interpretação histórico-geográfica sobre o município de Guajará-Mirim (RO) https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6682 <p>O município de Guajará-Mirim, fronteira Brasil-Bolívia, estado de Rondônia, nas amazônias do Norte do Brasil, foi fundado em 10 de abril dos anos 1929. A exploração dos espaços na região de Guajará-Mirim/RO foi iniciada a partir do século XIX por expedições civis, militares, religiosas e trabalhadores de diversas nacionalidades. Dito isto, este estudo investiga, a partir de narrativas orais de vida, elementos formadores de histórias e culturas do município citado anteriormente. A pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, é fundamentada pelos estudos de Foucault (1999); Gagnebin (2007); Chamma (2012); Borzacov (2004); Teixeira, Fonseca (2001), dentre outros. Os resultados evidenciam aspectos importantes para valorização dos modos de vida de populações que foram silenciadas e marginalizadas ao longo dos séculos, contudo preservadas na memória das pessoas de mais idade e que, de uma maneira ou de outra, pode contribuir no banco de dados sobre histórias e geografia do município de Guajará-Mirim/RO.</p> <p> </p> Joely Coelho Santiago Copyright (c) 2023 Joely Coelho Santiago https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6682 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Quebradeiras de coco Babaçu https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6496 <p>O presente trabalho tem por objetivo abordar a representação cultural das quebradeiras de coco babaçu do povoado Piaçava/Nazaré-TO, através das narrativas e do contexto histórico que permeia essa prática cultural na região. O fato observado é que o povoado Piaçava possui um grupo de mulheres que perpetuam essa cultura nos dias atuais, através da prática de coleta e produção de azeite e carvão. Parto da perspectiva qualitativa e método da história oral de vida através de narrativas e fatos históricos que demarcam o território dos babaçuais e mudanças ambientais do município de Nazaré. As quebradeiras de coco babaçu possuem representatividade nítida de resistência nessa região, pois cultuam essa prática nos dias atuais, se organizando politicamente e movimentando um pequeno comércio com vendas de carvão e azeite.</p> Lavina Pereira da Silva, Rejane Cleide Medeiros de Almeida , Carina Alves Torres Copyright (c) 2023 Lavina Pereira da Silva, Rejane Cleide Medeiros de Almeida , Carina Alves Torres https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6496 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Plantas ancestrais e a pesquisa interdisciplinar em diálogo com a perspectiva antropológica https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6541 <p>A região amazônica é amplamente conhecida pela sua rica biodiversidade (SCHUBART, 1990) e os conhecimentos ancestrais das populações que nela habitam desde tempos ancestrais são fundamentais no trato desta questão. Neste estudo, buscou-se identificar como os saberes ancestrais sobre plantas são apresentados nas pesquisas realizadas no âmbito dos cursos de pós-graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA). Metodologicamente, esse estudo baseou-se na pesquisa de cunho bibliográfico tendo como referência as investigações realizadas no âmbito do ensino da pós-graduação da UFPA, de diferentes áreas e subáreas de conhecimento. O recorte temporal foi o intervalo entre os anos 2016 a 2020. A opção pela investigação de cunho bibliográfico se deve a diferentes fatores como, por exemplo, o fato de contribuir na identificação do estágio atual do conhecimento (GIL, 2010; PIZZANI et al.,2012) sobre o tema escolhido para a pesquisa. A partir do levantamento realizado, em consonância com o suporte teórico de autores da antropologia, percebe-se um direcionamento maior das pesquisas sobre plantas para a área das ciências exatas e das ciências da saúde, com foco na produção de fármacos e medicamento para uso medicinal. Evidenciou-se que as obras que dialogam com as ciências humanas demostram a importância desse elemento para a constituição social de diversas comunidades, como é o caso das comunidades quilombolas, pois são mecanismos para constituir as paisagens e como um local próprio para o bem-estar.</p> Denise Machado Cardoso, Gabriel Silva Braga Copyright (c) 2023 Denise Machado Cardoso, Gabriel Silva Braga https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6541 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Tytãn Fi Vãsãn Rike Han https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6546 <p><span style="font-weight: 400;">Esta entrevista apresenta a trajetória da Camila MigSá, mulher Kanhgág do clã Kamé de 35 anos, que vem desenvolvendo diversas ações de retomada, como colaboradora da Mídia Índia Oficial; participando das exposições “Véxoa: Nós sabemos” realizada em 2020, na Pinacoteca de São Paulo, “Retomada da Imagem” e “Mejtere: histórias recontadas” no Museu Paranaense, em 2021 e 2023; atuando no projeto PutaPeita, a qual apresenta um pouco da sua biografia e o preconceito sofrido pelos povos indígenas; participando de diversas manifestações na cidade de Curitiba e Brasília; dentre outras atividades. O encontro que oportunizou este diálogo foi realizado no dia 24 de março de 2022, na Universidade Federal do Paraná, no campus Agrárias, na cidade de Curitiba.&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">Trago um esboço deste momento compartilhado e observo que as mulheres indígenas, em geral, sofrem duas ou mais exclusões sócio políticas. Por isso, a importância de criar espaços de escuta, como essa conversa, que mostra uma outra perspectiva do feminismo, além das histórias de uma mulher indígena que vem lutando junto com os povos indígenas pela demarcação de terra, pela natureza, pela vida.</span></p> Flávia Gisele Nascimento, Camila Mīg Sá dos Santos da Silva Copyright (c) 2023 Flávia Gisele Nascimento https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6546 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Editorial https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6852 <p><span style="font-weight: 400;">O dossiê “Povos e comunidades indígenas e tradicionais: (Re)existências, saberes e luta por direitos,” surge de um Grupo de Trabalho (GT) homônimo coordenado pelos organizadores desta edição, no evento I Simpósio Amazônico de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA), que ocorreu em setembro de 2022. A proposta inicial do GT era receber pesquisas sobre a região Amazônica, que pensassem as relações dos povos indígenas, das comunidades quilombolas e tradicionais com os territórios diante de mudanças sociais hostis impostas pelo capital na região. Os questionamentos colocados em debate no GT foram: como nas Amazônias povos tradicionais desenvolvem suas identidades, ciências e educações? Quais as diversas violências e os conflitos socioambientais que enfrentam? Quais são suas articulações para as lutas e garantias de preservação de seus territórios e efetivação de seus direitos? Quais são seus protagonismos e memórias? Devido ao intenso número de pesquisas que o GT recebeu, decidimos continuar com a proposta que havíamos pensado para ele, em um outro formato. Assim, articulamos juntos a Revista Das Amazônias esta edição especial. A maioria dos artigos aceitos debatem a Amazônia, alguns poucos voltam-se para outras regiões do Brasil, todavia, sempre dentro do debate proposto.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">É importante evidenciar que o Grupo de Trabalho e este dossiê nascem e se desenvolvem em meio ao final do governo Bolsonaro, transição e posse para o terceiro mandato do atual presidente, Luís Inácio Lula da Silva. O primeiro governo mencionado, marcado por retrocessos nas políticas voltadas para os povos indígenas, quilombolas e questões socioambientais. O segundo governo, marcado pela esperança de reestruturação e melhora de planos de governo voltados para estas comunidades. Mas, em meio ao atual cenário político, os aliados do bolsonarismo continuam na tentativa de enfraquecer as populações mais vulnerabilizadas. As imagens que formam a capa do dossiê, tem por objetivo evocar os protestos contra o Marco Temporal, uma tese que defende que os povos indígenas somente podem reivindicar os territórios em que estavam na data de 5 de outubro de 1988, dia da promulgação da Constituição Federal. A tese não leva em consideração os processos de expulsão dos povos e invasões aos territórios, que datam de cinco séculos atrás. Voltando a ser votada em junho deste ano e na eminência de ser julgada antes do final do ano de 2023; por conseguinte, mesmo vencido o bolsonarismo no poder executivo, ele continua atuante no legislativo, demandando igual oposição das comunidades tradicionais e de seus aliados, na luta contra o genocídio. Os artigos que se articulam ao debate da capa, são os que abrem o dossiê. A seguir organizamos uma breve apresentação dos conteúdos que o formam. </span></p> Ana Manoela Primo dos Santos Soares, Ravena Araujo Paiva , Tadeu Lopes Machado, David Junior de Souza Silva Copyright (c) 2023 Ana Manoela Primo dos Santos Soares, Ravena Araujo Paiva , Tadeu Lopes Machado, David Junior de Souza Silva https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6852 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Sumário https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6868 Revista Discente de História da Ufac Copyright (c) 2023 Revista Discente de História da Ufac https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6868 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500 Equipe de Trabalho https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6869 Revista Discente de História da Ufac Copyright (c) 2023 Revista Discente de História da Ufac https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/6869 sex, 18 ago 2023 00:00:00 -0500