A ESCRITA DIARÍSTICA DE NI BRISANT E O CONTRATO DE LEITURA DA LITERATURA MARGINAL

Autores

Palavras-chave:

Ni Brisant, diário, conto, literatura marginal, hip-hop

Resumo

O objetivo do trabalho parte da questão de como se caracteriza a escrita de si em A Revolução dos Feios (2016), do escritor Ni Brisant, e de que maneira tal estilo relaciona-se com o valorizado efeito de real da cultura do hip-hop. Além disso, como o tema da viagem é recorrente na obra do escritor, buscou-se refletir sobre a maneira como o gênero diarístico colabora para a elaboração do referido tema. Nesse sentido, com o suporte da teoria das escritas de si, principalmente dos estudos de Lejeune (2014), analisou-se os contos/relatos diarísticos “Coveiro no Éden” e “A Revolução dos Feios”. Assim, foi possível perceber que, além de o gênero diarístico oferecer recursos produtivos para a escrita de Ni Brisant, uma vez que intensifica o “efeito de real” prestigiado pelo grupo, ainda tensiona a configuração do lugar de enunciação marcadamente paulistano da literatura marginal, pois os relatos autobiográficos do escritor baiano lidam com o estranhamento em relação a esse lugar.

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Publicado

2020-12-15

Como Citar

BAUTZ, D. K. A ESCRITA DIARÍSTICA DE NI BRISANT E O CONTRATO DE LEITURA DA LITERATURA MARGINAL. Communitas, [S. l.], v. 4, n. 8, p. 220–233, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/4315. Acesso em: 29 mar. 2024.