O artigo remete-se ao debate historiográfico acerca da cultura material como objeto histórico para apresentar e discorrer sobre a materialidade produzida e acumulada pela prática do ensino da datilografia operado em Itaporã (MT), pela Escola Ideal de Datilografia, a partir da primeira metade da década de 1960. A materialidade colocada em análise é de natureza fotográfica e documental, manuscrita e impressa. Seu exame, cotejado entre si e em paralelo com relatos de protagonistas históricos sobre as práticas vivenciadas no interior da instituição, em especial do proprietário do estabelecimento, apontou um fluxo de procura pela capacitação em um ofício técnico administrativo, como a arte datilográfica, a despeito do perfil econômico agrário e rural da localidade, aparentemente pouco vocacionada a este métier. Dinâmicas de relações sociais emergiram das entrelinhas do Livro de Matrículas, que oportunizaram achados acerca do perfil dos estudantes e das suas respectivas famílias. Ademais, o exercício evidenciou, no contexto da educação não formal, a permeabilidade de aspectos da cultura escolar oriunda dos espaços e práticas de educação formal.