O objetivo central deste artigo é propor um breve panorama das teorias das emoções cunhadas durante a virada dos séculos XIX e XX. O período em questão emerge como a alvorada das ciências psicológicas, marcando um momento importante de transição na compreensão dominante acerca da centralidade da subjetividade e individualidade humana. Por ser um intervalo temporal longo, o presente trabalho enfoca os modelos teóricos propostos por quatro cientistas expoentes do período: 1) Darwin 2) Wundt, 3) James; e 4) Freud. Os esquemas de inteligibilidade cunhados pelos pensadores são devassados com o fito de explicitar o conjunto de ideias, premissas e inclinações que os sustentam, extraindo-se de tal esforço interpretativo um quadro teórico representativo do pensamento dominante no ocidente acerca dos fenômenos psicológicos no que diz respeito ao período em tela. Além da revisão acerca das ideias que fundam e configuram as concepções teóricas mencionadas, promove-se uma discussão a respeito dos pontos de contato e afastamento entre as mesmas. As teorias revisadas revelam um distanciamento paulatino em relação aos modelos teóricos mentalistas propostos pelos idealistas alemães e do racionalismo cartesiano, inaugurando uma linha de pensamento que marca os pródromos da visão acerca das emoções a ganhar hegemonia ao longo do século XX.