Soberanias indígenas e as independências nas Américas em atlas históricos e livros didáticos
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.10.2-4Palabras clave:
Independências nas Américas, Regime cartográfico, Territorialidades indígenasResumen
O objetivo deste artigo é discutir as representações cartográficas das independências nas Américas presentes em atlas históricos e livros didáticos. A partir do conceito de “comunidades imaginadas” de Benedict Anderson, pretendemos problematizar a atual utilização de mapas como ilustração territorial deste processo histórico, assumindo como real a projeção de poder e controle fronteiriço dos novos estados independentes, silenciando imensos territórios no continente controlados por diferentes povos indígenas. Deste modo, o discurso cartográfico veiculado pelos mapas, acaba por reforçar uma visão teleológica da história das independências, assumindo projetos vencedores como sinônimos de homogeneidade política.
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