Entre Tarsila do Amaral, Rosana Paulino e Sidney Amaral
questões raciais e memória na exposição Tempos Fraturado do MAC-USP
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.12.2-6Palavras-chave:
MAC-USP. Memória. Exposições Museais. Questões Raciais na arte.Resumo
Este artigo foca 5 obras da nova exposição de longa-duração do MAC-USP, Tempos Fraturados, observando como um acervo já formado pôde ser retrabalhado propondo novas leituras de caráter social/artístico/racial e político a partir das mesmas obras. São elas: A Negra, de Tarsila do Amaral, Assentamento 2 e 3, de Rosana Paulino e Meu coração brasileiro e Canto para Ogum, de Sidney Amaral. Basear-nos-emos nos estudos sobre exposições que as leem como discursos construídos de forma multifacetada, ampliando as significações possíveis das obras expostas. Partiremos do texto de Ulpiano de Menezes Do teatro da memória ao laboratório da História: a exposição museológica e o conhecimento histórico, observando a potencialidade da exposição museal como um lugar privilegiado para a leitura crítica do mundo, não um repositório de artefatos. Ademais, tratando-se de um museu de arte, seu acervo tem um valor maior que o documental, já que as obras perfazem seu significado junto ao receptor, conforme assevera Umberto Eco em Obra Aberta. Outro texto utilizado na leitura da exposição é Passados presentes: mídia, política, amnésia, de Andreas Huyssen, que destaca a memória como fixação do mundo contemporâneo. O autor parte da premissa de que houve uma mudança de paradigma nos anos recentes: a “emergência da memória como uma das preocupações culturais e políticas centrais das sociedades ocidentais”, caracterizando uma “volta ao passado”, o que perpassa necessariamente os discursos decoloniais que contrariam visões da modernidade dos séculos XIX e XX e do primeiro modernismo.
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