Vivências de fazer Letras
trajetórias identitárias em uma disciplina de Linguística Aplicada
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.13.1-4Palavras-chave:
Linguística Aplicada, Curso de Letras, Vigotski, Perezhivanie, Formação de professores.Resumo
A presente pesquisa buscou analisar experiências de quatro estudantes ingressantes no curso de Letras da mesma instituição, tendo como foco suas vivências durante a disciplina de Linguística Aplicada. Para isso, foi utilizada a teoria histórico-cultural de Vigotski (2001 [1934], 2018 [2001]), em especial o conceito de perezhivanie (vivência), definido como uma experiência emocional atravessada pelo sujeito durante o seu desenvolvimento, a fim de compreender como o ambiente acadêmico e os novos saberes ali introduzidos podem impactar a formação dos estudantes e seu amadurecimento. Durante o primeiro semestre, as aulas foram impactadas pela pandemia de COVID-19, ocorrendo de forma remota e os temas abordados incluíram conceitos de Linguística Aplicada como a geopolítica do inglês, ensino e aprendizagem, globalização, entre outros. No decorrer da disciplina, os participantes compartilharam suas reflexões, destacando mudanças nas percepções sobre ensino, línguas estrangeiras e mundo contemporâneo. A análise das produções escritas ao longo do semestre revela indícios de transformações nas identidades dos estudantes, destacando a importância do curso na formação acadêmica e pessoal entrelaçada em histórias anteriores que revelam a complexidade da vivência (perezhivanie) de cursar Letras.
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