Um mausoléu chamado desejo, uma cartografia do fracasso
para Caetano Romão
DOI:
https://doi.org/10.29327/266889.11.2-25Palavras-chave:
Caetano Romão; desejo; violência; amor; Jacques Derrida.Resumo
Este texto tenta elaborar dois movimentos paralelos. Em um primeiro momento, demonstro tentativas frustradas de apresentar o livro de Caetano Romão, Um nome inteiro disposto à montaria (2021), assim como das teorias analíticas a serem comparadas, quando da tentativa barrada por terceiros, que acabam não atingindo uma possibilidade de pensamento livre, a dar também liberdade de movimento analítico, na junção teoria-objeto em si. Em um segundo momento, aproximo o livro em questão de teorias, após um abandono prévio, que parecem oferecer tanto ao objeto, quanto à junção à teoria em si, uma maior liberdade para se colocar ambas em questão, ao se juntarem, contaminarem e darem ao resultado final outra forma, sendo essas as teorias da desconstrução, focado em termos como a diferança, o traço, o porvir e a hostipitalidade. Ao tentar demonstrar, durante o texto, como o desejo (entre homens) se configura a partir dos poemas de Romão em relação a um abandono do foco somente na violência e na opressão, tento pensar as possibilidades de outros mundos a surgir, assim como outras formas de amar, entrelaçando as duas ideias (viver, amar), como uma entrega absoluta, nas conclusões do texto.
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