Os direitos humanos em disputa
narrar a vulnerabilidade no Brasil através das imagens de sofrimento (de 1992 a 2022)
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.10.2-7Palavras-chave:
Direitos Humanos. Brasil. Vulnerabilidade. Imagens de Sofrimento.Resumo
O presente artigo visa tratar, no nível da narrativa, as imagens de sofrimento, que circulam pelas mais diversas mídias, como “testemunhas da vulnerabilidade” e das disputas em torno dos Direitos Humanos no Brasil. A pretensão é adentrar naquilo que Michel Foucault denominou de diagnóstico do presente, voltando-se às problematizações enquanto atitudes que não partem de recortes históricos determinados, mas da relação com a atualidade, com o presente. Desse modo, considerando que desde 1992 o Pacto de San José da Costa Rica vigora no Brasil – o qual delimita diversos direitos voltados ao tema da vida e da preservação desta –, consideramos que as imagens de sofrimento constituem narrativas históricas das práticas de violação aos Direitos Humanos em nosso país. Nesse sentido, à luz de uma perspectiva genealógica, podemos compreender que as imagens de sofrimento que circulam (de suplício, de tortura, de assassinatos) nos mostram quais vidas estão expostas a vulnerabilidades, quais corpos se tornam abjetos. Não obstante, analisamos algumas destas imagens de sofrimento, dentre elas: do assassinato do índio Galdino de Jesus (1997); do assassinato da missionária Dorothy Stang (2005); do assassinato da travesti Dandara dos Santos (2017); da Chacina na comunidade de Jacarezinho (2021); do assassinato do congolês Moïse Kabagambe (2022) e do assassinato de Genivaldo de Jesus Santos (2022). Para a elaboração dessa pesquisa seguiremos algumas perspectivas teóricas. Sobre o conceito de Vulnerabilidade utilizamos o que consta no pensamento da filósofa estadunidense Judith Butler (1955). Ao falarmos das imagens de sofrimento seguiremos duas linhas teóricas: a da ensaísta estadunidense Susan Sontag (1933 -2004) e a do historiador francês Georges Didi-Huberman (1953).
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