EDUCANDO E EDUCADOR, RELACIONAMENTOS MARCADOS E ATRAVESSADOS POR PROCESSOS DIALÉTICOS DE ENSINO E APRENDIZADO
a empatia como método didático e pedagógico
DOI:
https://doi.org/10.29327/2435693.13.1-1Keywords:
Educador; Escola; Educando; Práticas Pedagógicas; Empatia; Metodologias.Abstract
O trabalho em tela consiste em duas exposições simultâneas como tipos de ensaios. E assim, como formas de contribuições para a prática pedagógica e profissional docente. Sendo a exposição não uma discussão entre teóricos. Não, esse não é o objetivo do construto. E sim trazer à tona relatos de experiências enquanto profissional da educação escolar e de épocas remotas enquanto um ex-aluno problemático, com dificuldades de e para o aprendizado e dentre outras questões pertinentes. Desse modo, a exposição tem o objetivo de salientar a estreita relação entre Educando e Educador, que possui relacionamentos marcados e atravessados por processos dialéticos de ensino e aprendizado – e demonstrando a empatia talvez como um método didático e pedagógico. Inclusive deixar evidente que a grande maioria dos educandos e educadores fazem parte de um sistema de classes sociais de dominados, que sofrem exploração social, desigualdades, injustiças e alienações constantes. Para tanto, nos apoiamos em autores que foram e são bases da nossa formação pessoal e reflexões sobre as instituições educacionais e seus processos. Além disso, também exporemos alguns problemas sociais que se conectam, ligam ou se relacionam direta ou indiretamente com a educação brasileira de modo geral, seus processos de escolarização, metodologias, didáticas, conteúdos e relações sociais antagônicas e complexas, que são: educação, escolarização, condições socioeconômicas, etnias sociais e culturais, a problemática das palavras e nossas linguagens. Não iremos aprofundar ou discutir amplamente tais questões, mas apenas as relacionar com nossas experiências como professor e enquanto aluno, instigando reflexões. Sendo assim, é importante dizer que a obra em tela possui suas exposições baseadas e orientadas pelo materialismo histórico-dialético – no qual nos serve como instrumento de análises, reflexões, críticas e produções. Entretanto, nossas reflexões e práticas através e por meio do método materialista, histórico e dialético – não significam que possuímos certas ortodoxias em tal teoria e seu método, tais como de determinismos históricos, “fim da história,” futurismos etc. Mas, apenas comungamos que as relações sociais de e entre classes, os meios e modos de produção, suas contradições, antagonismos, as lutas de classes, os conflitos e seus processos produzem consequências no seio das sociedades. E que ainda que pareçam determinantes – elas podem ser transformadas e mudadas. Pode a empatia ser um potencial nas e das práticas, métodos e didáticas pedagógicas e docentes?
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