Na interação docente com o aluno com deficiência, a busca pela promoção de práticas inclusivas, envolve fundamentalmente o cotidiano da sala de aula e, é nesta que a reconfiguração do espaço revela conceitos que parecem inadequados não só no momento da avaliação escolar, mas na totalidade da execução do trabalho docente. É nessa perspectiva que se insere a presente produção, cujo objetivo é refletir sobre a necessidade de ressignificar conceitos como o ensinar e o aprender quando estes se voltam para a perspectiva da educação inclusiva. Este trabalho é resultado de uma pesquisa qualitativa, explicativa, desenvolvida através da pesquisa-ação com o uso da entrevista semiestruturada e contou com a participação de doze docentes, do município de Cruzeiro do Sul/Acre. Os dados foram tratados com a análise de conteúdo. Devido a amplitude dos dados, neste momento, apresentamos os resultados advindos de apenas uma categoria desta análise, a saber, “Docente inclusivo: o saber fazer na cotidianidade”, e, nesta, apenas um tema, qual seja, “Ensinar e aprender: ressignificando conceitos”. Os resultados evidenciam que na concepção inclusiva, o aprender deve ser visto como uma ação fecunda, particular, diversificada regulada pelo próprio aprendente, independente de sua condição intelectual ser ou não privilegiada. Já o ensinar, diz respeito à coletividade, cabendo ao professor oferecer a todos os alunos um mesmo conhecimento. Concluímos que, por estarem imersos numa realidade de binarismos – igual, diferente, regular, especial... – os participantes, ao mesmo tempo em que evidenciam um novo significado para o ensinar e o aprender, baseados nos pressupostos da educação inclusiva, descartam o que, em sua perspectiva, consideram desnecessário, pois anteveem e não acreditam nas capacidades dos alunos.
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