A ‘galinha-d'angola’ no contexto etnodialetal do Tocantins

‘cocar’ ou ‘angolista’?

Autores/as

  • Tassita Kamassagre Ferreira Alves Universidade Federal do Tocantins, Mestranda em Estudos Linguísticos,campus de Porto Nacional,Tocantins,Brasil. https://orcid.org/0009-0009-8052-7542
  • Greize Alves da Silva Universidade Federal do Tocantins, Graduação e Pós-graduação em Letras, campus de Porto Nacional, Tocantins-Brasil https://orcid.org/0000-0002-2589-6750

DOI:

https://doi.org/10.29327/210932.11.1-19%20

Palabras clave:

Galinha-d’angola; campo semântico da Fauna; ALiTTETO; Atlas Linguístico; Dialetologia Pluridimensional e Relacional.

Resumen

O campo semântico da fauna tem sido objeto de análise por parte dos dialetólogos, sobretudo com a utilização dos corpora coletados pelos atlas linguísticos. É nesse escopo que a presente pesquisa se insere, cujo objetivo é a análise e discussão das designações fornecidas à galinha-d'angola no estado do Tocantins, no intuito de compreender como as formas de nomear essa ave seguem trajetos dialetais resultantes dos processos migratórios no Brasil. Para essa finalidade, foram utilizadas as designações auferidas para o questionamento de número 49 – ‘galinha-d’angola’ – coletadas pelo Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Tocantins (ALiTTETO) (SILVA, 2018), em 12 cidades, totalizando 96 informantes, estratificados por sexo, idade e tipo de mobilidade. Como resultado, as formas para cognominar a ave seguem trajetos dialetais resultantes dos processos migratórios: a variante ‘cocar’ denota identificação com a região Centro-Oeste, enquanto ‘angolista’ com o Sul e, por fim, ‘galinha-d’angola’ é difundida por todo o Brasil.

Biografía del autor/a

Tassita Kamassagre Ferreira Alves, Universidade Federal do Tocantins, Mestranda em Estudos Linguísticos,campus de Porto Nacional,Tocantins,Brasil.

Graduada em Letras. Univerdade Federal do Tocantins. Docente Contratada do Estado de Goiás. Atualmente, Mestranda no PPGL- Letras, Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Greize Alves da Silva, Universidade Federal do Tocantins, Graduação e Pós-graduação em Letras, campus de Porto Nacional, Tocantins-Brasil

Doutora em Estudos da Linguagem. Docente do curso de Letras e do Programa de Pós-graduação em Letras (PPGLetras), Universidade Federal do Tocantins. Autora do Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Tocantins (ALiTTETO). Em estágio pós-doutoral no PPGL, na Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Publicado

2023-07-31

Cómo citar

Alves, T. K. F. ., & Silva, G. A. da . (2023). A ‘galinha-d’angola’ no contexto etnodialetal do Tocantins: ‘cocar’ ou ‘angolista’?. Muiraquitã: Revista De Letras E Humanidades, 11(1). https://doi.org/10.29327/210932.11.1-19