Tabu linguístico nas denominações dadas à mulher homossexual
pensando papéis sociais dos gêneros na sociedade
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.12.1-7Palavras-chave:
Variação Lexical. Tabu Linguístico. Homossexualidade. Maranhão.Resumo
Analisam-se as denominações dadas à mulher homossexual no estado do Maranhão, estado localizado na região da Amazônia Legal. A análise busca apresentar aspectos do tabu linguístico relacionado à sexualidade e reunir traços de uma imagem social relacionada à mulher no imaginário social. Dessa forma, problematiza-se a questão da homossexualidade e de que forma ela tem sido compreendida nos tempos atuais. Parte-se do pressuposto de que as denominações dadas a mulher homossexual são formas de cristalização de uma mentalidade de uma sociedade patriarcal em que a mulher deve apresentar comportamentos pré-estabelecidos. O trabalho se insere entre os estudos do léxico e do tabu linguístico. Os dados foram coletados por meio de entrevistas no município Vitorino Freire, na região Central do Maranhão, com 35 participantes com um perfil socioeconômico que abarque uma identidade social que representa uma estratificação social daquele município. As entrevistas foram realizadas de modo espontâneo por meio de pesquisa de campo. Os dados desta pesquisa foram analisados a partir de uma discussão no campo das ciências humanas que tematizam a questão tabu sobre a sexualidade e a mentalidade social que se cristaliza no léxico. Os resultados mostram que as denominações dadas à mulher homossexual apresentam significados relacionados a tabus e que revelam uma consciência conservadora ainda hoje sobre a questão da homossexualidade feminina.
Referências
BATISTA, Briana Connie Linda Lopes. Aspectos dialetais do médio Amazonas: um estudo sobre o léxico. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Amazonas, Amazonas, 2019.
BIDERMAN, Biderman. As ciências do léxico. In. OLIVEIRA, Ana Maria Pinto Pires; ISQUERDO, Aparecida Negri (orgs). As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia e terminologia. Mato Grosso: UFMS, 2001, p. 02-08.
BORBA, Francisco S. (org.). Dicionário UNESP do Português Contemporâneo. São Paulo (SP), Editora UNESP, 2004.
CARVALHO, Katryn. Dia da Visibilidade Lésbica: CRESS-SP destaca ações que fomentam lutas aos direitos das mulheres. Observatório G, 2021. Disponível em: https://observatoriog.bol.uol.com.br/agenda/dia-da-visibilidade-lesbica-cress-sp-destaca-acoes-que-fomentam-lutas-aos-direitos-das-mulheres. Acesso em: 03 de maio, 2023.
CASTRO, Davi. Você sabe como surgiu o termo “Sapatão”. Tv Brasil, 2017. Disponível em: Você sabe como surgiu o termo "sapatão"? | Estação Plural | TV Brasil | Notícias (ebc.com.br). Acesso em: 16 de Dez. 2023.
FARACO, Carlos Alberto. Linguística Histórica: uma introdução ao estudo da história das línguas. São Paulo (SP): Parábola, 2005.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: A vontade de saber. 13ª ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: Paz e Terra, 2022.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.
GUÉRIOS, R.F. Tabus linguísticos. São Paulo: 2 da edição. Editora Nacional, 1979.
LEITÃO, Eliane Vasconcelos. A mulher na língua do povo. Rio de Janeiro: Achiamé, 1981.
S.A, Priberam Informática. Dicionário do Português Contemporâneo. Dicionário Priberam. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/ . Acesso em: 16 de dez 2023.
SANTOS, Andreza Marcião dos. O léxico e a cultura do projeto do Assentamento São Francisco no sul do Amazonas. Tese de doutoramento em Estudos Linguísticos, Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2023.
SILVEIRA, T. S.; SERRA, L. H. Denominações para o “homossexual masculino” no ALiMA: lendo e discutindo imagens sociais. Revista do GELNE, [S. l.], v. 23, n. 2, p. 119–131, 2021. DOI: 10.21680/1517-7874.2021v23n2ID23504. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/23504 . Acesso em: 03 de maio, 2023.
VELASCO, Grandin, PINHONI, Farias. Brasil bate recordes em feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas. G1 online, 2023. Disponível em: Brasil bate recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas | Monitor da Violência | G1 (globo.com). Acesso em: 16 de dez 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Luís Henrique Serra, Amanda Gomes Mourão
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.