Entre o banquete e o corpo
uma possível leitura carnavalizante de “como água para chocolate”
DOI:
https://doi.org/10.29327/216341.4.1-2Palavras-chave:
Carnavalização. Como agua para chocolate. Bakhtin. Metáfora do banquete. Metáfora do corpo.Resumo
Partindo da definição do próprio Bakhtin, de que a carnavalização é “a transposição do espírito carnavalesco para a arte”, este trabalho tem o interesse de indicar os elementos carnavalizantes na obra Como Agua para Chocolate, da autora mexicana Laura Esquivel, analisando elementos tão emblemáticos ressaltados pelo estudioso russo na obra de Rabelais, como o banquete, a comida, a bebida, os atos de excretar, copular, parir, bem como os elementos naturais, a indefinição das fronteiras entre o corpo e o mundo, tão presentes no medievo são utilizados pela autora em sua obra a fim de também jogar com o alto e o baixo, questionar a ordem e a posição do discurso oficial e das instituições, nos oferecendo um “banquete” metafórico fantástico, que brinca com a relatividade da verdade e com o papel do marginal, do impróprio e dosecular como elementos constituintes essenciais da vida.
Referências
BAKHTIN, M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Frateschi Vieira. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1987.
ESQUIVEL, L. Como agua para chocolate. 11ª edição. Buenos Aires: Debolsillo, 2008.
FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2008.