Drummond, a poesia, a mineração

aproximações entre "A máquina do mundo” e a ecocrítica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/210932.11.1-20%20

Palavras-chave:

Carlos Drummond de Andrade. Mineração. Poesia. Ecocrítica.

Resumo

Neste ensaio, propõe-se uma leitura do poema “A máquina do mundo”, de Carlos Drummond de Andrade, em diálogo com a obra Maquinação do mundo: Drummond e a mineração (2018), de José Miguel Wisnik, discutindo as relações do eu lírico com a memória da infância, a paisagem, a história, atravessadas pelos efeitos da mineração, que podem ser lidos hoje pelo olhar da ecocrítica. A leitura defende a contribuição de Drummond para uma possiblidade, nos dias de hoje, de apreciação de textos sobre a degradação da natureza em função da ideia de progresso, por um viés crítico de observação de imagens relacionadas às demandas ecológicas já sinalizadas no século XX pelo poeta em diversos textos de sua autoria, colocando em cena imagens poéticas em torno de uma denúncia, acima de tudo, destacando o que se pode observar como, ainda que sem a intenção intervencionista, contribuinte para a leitura de uma posição ecocrítica.

Biografia do Autor

Cleber da Silva Luz, Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-graduação em Letras, Paraná-Brasil

Doutorando em Letras pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Mestre em Letras pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Licenciatura em Letras pela Universidade Estadual do Paraná - Unespar.

Priscila Silva de Sá Santos, Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Letras, Paraná-Brasil

Psicóloga, psicanalista, mestranda em estudos literários pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná.

Referências

AGUSTONI, P. O gosto amargo dos metais. Rio de Janeiro: 7Letras, 2022.

ANDRADE, C. D. de. Claro enigma. In: _____. Nova reunião: 23 livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015a, p. 218-270.

ANDRADE, C. D. de. A rosa do povo. In: _____. Nova reunião: 23 livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015b, p. 102-204.

ANDRADE, C. D. de. Alguma poesia. In: _____. Nova reunião: 23 livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015c, p. 9-61.

ANDRADE, C. D. de. Boitempo II (menino antigo). In: _____. Nova reunião: 23 livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015d, p. 550-625.

ASSMANN, A. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Trad. Paulo Soethe. Campinas: Editora da Unicamp, 2011.

BOGALHEIRO, M. Fim da natureza; paradoxos e incertezas na era do antropoceno e do geo-contrustivismo. RCL - Revista de Comunicação e Linguagens, n.48, 2018.

BOSI, A. O ser e o tempo da poesia. 6. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

CHEVALIER, J.; GHEERBRANT, A. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. 33. ed. Rio de Janeiro: José Olympio,

FREUD, S. (1908) O escritor e a fantasia. In: ______. Obras completas. São Paulo: Companhia das Letras, 2011a, p. 325-338. v. 8.

FREUD, S. (1925) Uma nota sobre o bloco mágico. In: ______. Obras completas. São Paulo: Companhia das Letras, 2011b, p. 267-274. v. 16.

GARRARD, G. Ecocrítica. Trad. Vera Ribeiro. Brasília: Editora UNB, 2006.

LE GUIN, U. Deep in admiration. In: TSING, L.; BUDANT, N.; GAN, E.; SWANSON, A. (eds.) Arts of Living on a Damaged Planet: Ghosts and Monsters of the Anthropocene. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2017.

MOISÉS, C. F. Poesia para quê? A função social da poesia e do poeta. São Paulo: Editora Unesp, 2019.

PUCHEU, A. Espantografias: entre poesia, filosofia e política. Brasília: C14 casa de edição/FAPERJ, 2021.

SAAVEDRA, C. O mundo desdobrável: ensaios para depois do fim. Belo Horizonte: Relicário, 2021.

THOREAU, H. D. Walden ou a vida nos bosques. Trad. Alexandre Barbosa de Souza. São Paulo: Edipro, 2018.

WISNIK, J. M. Maquinação do Mundo: Drummond e a mineração. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Downloads

Publicado

2023-07-31

Como Citar

Luz, C. da S. ., & Santos, P. S. de S. . (2023). Drummond, a poesia, a mineração: aproximações entre "A máquina do mundo” e a ecocrítica. Muiraquitã: Revista De Letras E Humanidades, 11(1). https://doi.org/10.29327/210932.11.1-20