Patrimônio histórico e poder
arte e política no ordenamento espetacular da “acreanidade”
DOI:
https://doi.org/10.29327/216340.3.1-6Palavras-chave:
Memória, História, Museu, Palácio Rio Branco, Amazônia AcreanaResumo
O presente artigo tem como foco a análise do processo de transformação do Palácio “Rio Branco”, sede do governo do estado do Acre, em museu histórico e, portanto, uma espécie de lugar da memória da sociedade e da população da Amazônia acreana. Projetado em fins da década de 1920, o palácio “Rio Branco” também serviu como residência oficial do governador até meados dos anos 1970, quando passou a funcionar somente como sede administrativa do executivo acreano. Para os objetivos presentes neste artigo, no entanto, o que interessa é discutir que, após a sua “revitalização”, em 2002, a funcionalidade do prédio foi alterada, passando a ser constituir como museu, com temáticas selecionadas e rigorosa orientação de guias, previamente instruídos para “relatar os fatos históricos” que o “museu do palácio” passara a abrigar, como forma de difusão da cristalizada história oficial desse estado amazônico.
Referências
BEZERRA, M. J. A invenção da cidade: a modernização de Rio Branco na gestão de Guiomard dos Santos. 2002. Dissertação (Mestrado em História do Brasil), Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade de Pernambuco, Recife.
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política. 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.
CANCLINI, N. G. Culturas Híbridas: Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade (Trad. Heloisa Pezza Cintrão). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
CARNEIRO, H. R. República dos Estados Unidos do Brasil – Governo do Território do Acre. Relatório apresentado ao Exmo. Sr. Dr. Augusto de Vianna do Castello Ministro da Justiça e Negócios Interiores. Rio Branco: MB, 1929.
CERVEIRA, T. V. & SILVA, J. C. O sesquicentenário da Independência do Brasil: a escrita de um discurso e a memória como seu fundamento. Revista Eletrônica Boletim do TEMPO, Ano 4, nº 33. Rio de Janeiro, 2009 [ISSN 1981-3384]. Disponível em: http://goo.gl/vuDLgd. Acesso em: 15 fev. 2011.
CHOAY, F. A Alegoria do Patrimônio. (Tradução: Luciano Vieira Machado). São Paulo: UNESP, 2006.
CUNHA, M. C. P. Patrimônio Histórico e cidadania: uma discussão necessária. In: O Direito à Memória: patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: DPH, 1992.
LE GOFF, J. “Documento/Monumento”, In: Memória - História, Enciclopédia Einaudi, vol.I Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1985.
SARLO, B. Tempo Passado: cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das letras de Belo Horizonte/UFMG, 2007.
SOUZA, S. R. Fábulas da Modernidade no Acre: a utopia modernista de Hugo Carneiro na década de 20. Recife (PE), Universidade Federal de Pernambuco, 2001. Dissertação (Mestrado em História).
VIANA, A. P. B. Palácio Rio Branco: o Palácio que virou museu. Rio de Janeiro: Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil/CPDOC, 2011. Dissertação (Mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais).
ROJAS, R. V. A cidade e seu território através do ordenamento urbano em Santiago do Chile. In: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP. São Paulo: Editora da PUC/SP, 1981, p. 183-215.