LITERATURA E MILITÂNCIA NA BELLE ÉPOQUE – o caso de Lima Barreto

Autores

  • Lúcia Maria de Assis UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Palavras-chave:

Lima Barreto, Identidade Linguística, Literatura Militante

Resumo

Este trabalho tem como objetivo geral analisar a manifestação linguístico-discursiva a respeito de língua, identidade linguística e cidadania presente na obra de Lima Barreto, literato que viveu no Rio de Janeiro entre os anos de 1881 e 1922. De maneira específica, examina o significado da literatura militante do autor e sua crítica nas crônicas jornalísticas e ficcionais. Para isso, baseia-se nos pressupostos teóricos da História das Ideias Linguísticas, os quais dizem que o estudo de uma língua vincula-se a assuntos relevantes da história e da constituição de determinada sociedade na tentativa de compreender o imaginário social que se constitui ao longo dessa história, chegando à identificação linguístico-cultural de um povo. Isso é possível, porque uma produção literária sempre está associada a um tempo e, portanto, reflete as angústias e os sonhos a ela contemporâneos, transformando-se em relato de determinado contato sócio-histórico. Nesse sentido, analisar a obra limana possibilita a aquisição de um conhecimento sobre a história da língua portuguesa do Brasil.

Biografia do Autor

Lúcia Maria de Assis, UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Doutora em Linguística, pela Universidade de São Paulo; professora associada na Univerisdade Federal Fluminense, lotada no Departamento Multidisciplinar do Instituto de Ciências Humanas e Sociais - campus de Volta Redonda.

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Publicado

2018-07-27

Como Citar

de Assis, L. M. (2018). LITERATURA E MILITÂNCIA NA BELLE ÉPOQUE – o caso de Lima Barreto. Anthesis, 6(11), 116–135. Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/anthesis/article/view/1934

Edição

Seção

Artigos